A Câmara de Esposende lançou um estudo-piloto para “fomentar o uso de redes biodegradáveis” na atividade piscatória de forma a promover a sustentabilidade, contribuindo para combater a existência de plástico sintético no oceano.
O projeto E-REDES, feito em parceria com a Empresa Municipal Esposende Ambiente, a Universidade do Minho e a Associação de Defesa do Ambiente – Rio Neiva, com um custo global de 250 mil euros, arrancou esta semana com a primeira de nove campanhas de recolha, quantificação e tipificação do lixo marinho arrojado na costa de Esposende, no distrito de Braga.
Na sua página da Internet, o município explica que o E-REDES é comparticipado em 200 mil euros, ira ter uma duração de 18 meses e vai abranger os 16 quilómetros da costa de Esposende que integram o Parque Natural do Litoral Norte.
Aquele projeto consiste em fornecer redes biodegradáveis à comunidade piscatória local e envolve a “avaliação das propriedades físicas e da durabilidade de monofilamentos inovadores, a viabilidade do fabrico de artes com os mesmos e a eficiência pesqueira de redes construídas a partir de materiais biodegradáveis quando comparadas com redes convencionais”.
“Outro elemento chave do projeto E-REDES prende-se com a identificação de fontes de lixo marinho e a avaliação da quantidade e natureza do lixo arrojado às praias. Esta informação é crucial para uma tomada de ação na eliminação das origens do lixo marinho e contribuirá para o desenho de futuras medidas de gestão, baseadas numa monitorização constante e sistemática, suportando os gestores e decisores com as evidências necessárias”, explica.
A autarquia explica que “os problemas ecológicos e socioeconómicos derivados do abandono, perda ou descarte de equipamentos de pesca são uma preocupação crescente” e que redes de emalhar e tresmalho, usadas primariamente na pequena pesca, costeira e artesanal, “têm um elevado potencial de produzir pesca-fantasma e contribuem diretamente para a problemática do lixo marinho, mas também afetam espécies não-alvo de pesca, como aves e mamíferos marinhos, algumas das quais ameaçadas”.
Além daqueles problemas, contribuem ainda “para a introdução de materiais plásticos sintéticos não biodegradáveis na cadeia alimentar”.
Segundo o texto, “a quantidade, distribuição e efeitos de equipamentos de pesca perdidos aumentou substancialmente nas últimas décadas, devido à rápida expansão no esforço de pesca (definido pela dimensão das frotas que partem para o mar e o tempo durante o qual estas podem pescar) e devido ao uso de matérias sintéticos, altamente duráveis, no fabrico das artes”.
O E-REDES permitirá “avaliar a sustentabilidade da utilização de materiais biodegradáveis, enquanto alternativa viável às redes convencionais sintéticas, tendo em conta o seu custo e a eficiência pesqueira, mas avaliando os impactos económico, ambiental e social”.
O projeto foi eleito no âmbito do concurso Small Grants Scheme#1 dos EEA Grants, através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega estabelecem o objetivo de reduzir as disparidades sociais e económicas na Europa.