Declarações após o jogo Gil Vicente – Benfica (0-3), da 24.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje, no Estádio Cidade de Barcelos:
César Peixoto (treinador do Gil Vicente): “Foi um jogo onde nunca nos encontrámos. Nunca estivemos bem. Perdemos e perdemos bem. O Benfica foi claramente superior. Na primeira parte, com e sem bola, fomos pouco agressivos, pouco intensos. Tivemos pouca ‘alma’. Não acertámos o ‘timing’ da pressão e não tivemos bola. Na segunda parte, melhorámos um pouco, mas o Benfica recuou. Jogámos com mais coragem, mas foi um mau jogo da nossa parte. Temos de o assumir.
Enquanto não quebrarmos este ciclo [de nove jogos oficiais sem vencer], é sempre mais difícil quando, a meio do jogo, a equipa fica refém dos erros técnicos e fica frustrada no decorrer do jogo. Não é por falta de vontade ou por falta de trabalho. A equipa está insegura com bola. Depois de uma vitória, tudo se pode alterar.
Há qualidade, mas está difícil quebrar este ciclo. Temos de olhar para este jogo como uma aprendizagem. É impossível competir com uma equipa como o Benfica, quando eles têm 16 faltas e nós nove. Temos de ser agressivos. O responsável sou eu. Estou cá para dar ‘a cara’. Temos de acreditar no nosso processo.
Nos últimos dois jogos, o Fujimoto [hoje suplente] não esteve tão bem como queríamos. Sabíamos que hoje não iríamos ter tanta bola, e ele é um jogador mais forte ofensivamente do que defensivamente. Ele dá critério. Quando a equipa teve mais bola na segunda parte, lançámo-lo para chegar mais à frente. Queríamos mais agressividade na segunda parte e ele não a tem tanto. Entrou bem em jogo. Até lá, a equipa nunca se encontrou.
Estou cá para tomar decisões. Sabíamos que o Benfica nos iria criar muitos problemas defensivos. Esperávamos ter alguns amarelos. O Rúben Fernandes estava no limite dos cartões amarelos [e ficou no banco de suplentes]. O jogo com o Boavista é crucial para nós. Foi uma decisão minha, com responsabilidade minha.”.
Bruno Lage (treinador do Benfica): “Foi uma boa entrada no jogo, com uma boa exibição e um jogo seguro da nossa parte. Tínhamos de ser equipa, ser ‘família’, ser tropa. Fomos equipa, a bola andou sempre bem de pé para pé, em particular na primeira parte. Fomos ‘tropa’, porque jogámos juntos e temos de ter esta mentalidade. Fomos família, porque houve apoio fantástico dos adeptos à nossa equipa. Houve justiça no resultado e na vitória.
Foi importante a vitória, porque dependemos apenas de nós para sermos campeões, o nosso grande objetivo. Conseguimos a consistência que procurávamos. A entrada dos jogadores que vieram em janeiro também foi importante, porque nos deu opções para várias posições. Independentemente de quem joga, a equipa apresenta bom posicionamento e boa dinâmica.
Temos seis a sete semanas até ao final do campeonato. Temos uma meia-final da Taça de Portugal e há depois uma final que queremos disputar. Queremos ir até ao fim no campeonato e na Taça [de Portugal]. Como treinador, cabe-me escolher o melhor ‘onze’ para vencer os jogos.
Não há preocupação nenhuma [com o Tomás Araújo]. Temos de o saber gerir. Não aumenta [o risco de ‘recaída’ de lesão o facto de jogar a lateral direito].
[O Di María] tem treinado bem. Fez 20 minutos com qualidade. Teve uma boa ação no lance que originou o penálti e marcou. Estou muito satisfeito por poder contar com todos. O Belotti marcou um golo e o Bruma fez a melhor primeira parte desde que está connosco.Quero que os jogadores olhem para o jogo com o Farense daqui a cinco dias [quarta-feira]. A partir do momento em que forem chamados, têm de ter rendimento”.