Peneda-Gerês procura mulheres empreendedoras para serem “guardiãs” da natureza

Rede de Guardiãs da Natureza
Foto: Pedro Gonçalo Costa / O MINHO / Arquivo

O Parque Nacional da Peneda-Gerês está à procura de “guardiãs”, mulheres empreendedoras que ali queiram desenvolver os seus negócios e atividades sustentáveis, contribuindo para proteger a natureza e aumentar a resiliência nos territórios de baixa densidade, foi hoje anunciado.

Em declarações à Lusa, Susana Viseu, da empresa social Business as Nature, responsável pela Rede de Guardiãs da Natureza, adiantou que o projeto passa pela capacitação das mulheres que trabalham em áreas rurais, para que possam tirar proveito dos produtos endógenos.

“O objetivo sempre presente é a fixação de pessoas nas áreas protegidas, condição indispensável para a proteção das mesmas”, acrescentou.

No Parque Nacional da Peneda-Gerês, o projeto será lançado publicamente na sexta-feira, no Centro de Educação Ambiental do Vidoeiro, em Terras de Bouro.

Como explicou Susana Viseu, as mulheres interessadas inscrevem-se e as selecionadas beneficiarão de capacitação, sendo ajudadas a estruturar o plano de negócio, que depois será apresentado a potenciais financiadores ou parceiros, com ajuda de mentores

“Não asseguramos o financiamento, mas ajudamos a desenvolver todo o projeto para ser financiado”, explicou Susana Viseu.

Sublinhou que outra vantagem da Rede de Guardiãs da Natureza é a criação de uma rede de colaboração entre mulheres de várias regiões, com a consequente troca de ideias e experiências.

Inaugurada em junho de 2024, a rede conta já com cerca de 150 mulheres em várias áreas áreas protegidas do país, como Montesinho, Litoral Norte de Esposende, Dunas de S. Jacinto/Aveiro, Paul de Arzila/Baixo Mondego, Serra da Estrela, Estuário do Sado, Ria Formosa e Vale do Guadiana.

Este mês, chegou já ao Parque Natural do Douro Internacional e vai estender-se ao Estuário do Tejo e Douro Internacional, Parque Nacional da Peneda-Gerês, Serra de Aires de Candeeiros, Serra da Lousã/Açor e Tejo Internacional.

“Contamos fechar este ano com mais de 200 guardiãs”, acrescentou Susana Viseu.

Os projetos já no terreno são variados, desde a padeiras, queijeiras, pastoras, enólogas, apicultoras, mariscadoras/pescadoras e investigadoras, passando pelo alojamento e animação turísticos, pelo artesanato e pelos costumes e tradições.

“Temos mulheres dos 20 aos 80 anos”, disse ainda aquela responsável.

A rede é financiada pelo Fundo Ambiental/Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, no âmbito do Plano de Ação do Movimento das Mulheres pelo Clima.

 
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