O jovem que confessou ter vandalizado carros no parque de estacionamento da Decathlon, para além de apedrejar o Tribunal de Braga e lojas na zona de Santa Tecla, foi esta quarta-feira condenado com uma pena suspensa de quatro anos e quatro meses de prisão.
Daniel Coelho protagonizou, em meados de março deste ano, uma série de atos de vandalismo, na cidade de Braga, por razões que nunca conseguiu explicar durante o julgamento. Acabou detido pela PSP, depois do furto numa residência, em Nogueira. Ficou em prisão domiciliária, mas depois passou para prisão preventiva.
O jovem, de 28 anos, solteiro, natural e residente em Braga, já tinha sido recentemente libertado, pelo Tribunal de Braga, na sequência da sua confissão integral e sem reservas, mas principalmente por ter indemnizado parte dos lesados, chegando a acordo com todos os outros queixosos, através do pagamento faseado dos prejuízos que causou.
As indemnizações ascendem a um total de mais de 50 mil euros, designadamente 35 mil euros à empresa de aluguer dos automóveis estacionados no parque da Decathlon, 14 mil euros a esta empresa de comercialização de artigos desportivos, mil euros ao Estado pelos prejuízos no Palácio da Justiça de Braga e outras quantias por vandalismo em estabelecimentos.
Mas a suspensão da pena única de quatro anos de prisão, resultante das condenações parciais pelos vários crimes, ficará condicionada de plano de sociabilização com relatórios de trimestrais, segundo referiu o juiz-presidente, explicando “ter de provar nos quatro anos e quatro meses merecer a suspensão desta pena, até porque não existem condenações virtuais”, considerando que o jovem “está minimamente integrado na sociedade, isto é, nem bem, nem mal integrado socialmente”.
Para a pena suspensa contribuiu o facto do arguido “não se limitar a mostrar-se arrependido”, mas “principalmente porque já ressarciu parte dos prejuízos e acordou o pagamento dos restantes, o que o Tribunal valoriza sempre, porque não basta dizerem estar arrependidos, é preciso mostrar efetivamente esse arrependimento através de consequências patrimoniais”, acrescentou o presidente do Tribunal Coletivo, dizendo “ter sido ainda levado em conta não ter antecedentes criminais”.
Daniel Coelho, sem antecedentes criminais, já estava referenciado por alguns desacatos com a família e terão sido essas desavenças, a par das dificuldades financeiras, que o levaram a uma espiral de vandalismo, quer na Decathlon, quer no Palácio da Justiça de Braga e aos apedrejamentos zona de Santa Tecla, bem como o motivo imediato da sua detenção, furto numa residência, no lugar de Agrelo, da freguesia de Nogueira, em Braga, onde foi surpreendido pelo proprietário.
Para a recuperação evidenciada pelo jovem foi igualmente importante o apoio que sempre teve por parte da sua família mais direta, incluindo o pai, que está emigrado em França, tendo saído na tarde desta quarta-feira do Palácio da Justiça de Braga, acompanhado pela sua advogada e familiares, que ouviram também o acórdão condenatório e as advertências.