O líder do Governo de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, defendeu hoje que o primeiro-ministro português, António Costa, ainda pode ter um papel na política europeia e que acredita na vitória do Partido Socialista nas legislativas de março.
Sánchez falou hoje sobre António Costa e o novo líder do PS, Pedro Nuno Santos, numa conversa com correspondentes da imprensa portuguesa em Madrid, durante um encontro de Natal organizado pelo Governo espanhol com jornalistas espanhóis e de meios de comunicação internacionaios.
Dizendo-se “um fã” de António Costa considerou que o atual primeiro-ministro português, que se demitiu do cargo no mês passado, ainda tem um futuro na política europeia, sem especificar mais.
Sánchez disse também que conhece Pedro Nuno Santos, lembrando que foi ministro e que coincidiram em cimeiras luso-espanholas e revelou que já trocou mensagens com o novo líder do PS.
O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) disse acreditar que o PS, liderado por Pedro Nuno Santos, vai ganhar as próximas eleições legislativas em Portugal, em 10 de março.
Em 11 de novembro, poucos dias após a demissão de Costa, Pedro Sánchez considerou o primeiro-ministro-português “um grande socialista”, durante um congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), em Málaga, Espanha.
“Permitam-me que nas minhas primeiras palavras nesta intervenção envie um abraço em nome da família socialista europeia a um grande socialista, a um grande companheiro, António Costa”, disse Pedro Sánchez ao plenário do congresso do PSE.
Sánchez acrescentou que “os companheiros socialistas portugueses sabem que podem contar com o PSOE e com todos os socialistas europeus para ganhar as próximas eleições em Portugal em 10 de março”.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o nome do primeiro-ministro como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
No dia da demissão, Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.
Na sequência da demissão de Costa, o PS elegeu em primárias, no fim de semana passado, Pedro Nuno Santos como novo secretário-geral.