O líder da bancada do Partido Social Democrata (PSD) na Assembleia Municipal de Ponte de Lima, manifestou publicamente, esta terça-feira, a sua posição sobre as eleições para a comissão política concelhia local, marcadas para a próxima sexta-feira, 09 de março.
Em comunicado enviado às redações, Pedro Salvador diz que não será candidato, apesar de ter sido “desafiado e muito incentivado por vários militantes para avançar para a liderança do PPD/PSD de Ponte de Lima”.
“Para poder encabeçar uma candidatura considero que têm que existir 3 condições prévias: motivação, disponibilidade e projeto“, afirma.
Para Pedro Salvador, essas três condições não estão reunidas.
“Sobre o projeto em si, considero que o mesmo tem que ser um projeto de unidade. E isso é o que me parece que, de momento, não seja. O avanço circunstancial de uma candidatura que diz querer unir o partido mas que não envolveu previamente todos os militantes é suficientemente esclarecedor“, assinala, numa crítica direta à única lista que se apresenta a sufrágio, encabeçada por Filipe Lima, presidente da Junta de Freguesia da Seara e futuro líder daquela concelhia.
“Relativamente à disponibilidade para ser candidato à concelhia de Ponte de Lima, ela é muito reduzida tendo em conta os vários projetos profissionais e académicos em que estou envolvido, mas acima de tudo porque a minha prioridade política atual é o compromisso que assumi perante os limianos que votaram no PPD/PSD nas últimas eleições autárquicas, sendo por isso hoje um dos rostos da oposição ao CDS na Assembleia Municipal”, acrescenta, revelando ainda que, também por essa razão, recusou “dois convites distintos para fazer parte de listas aos órgãos nacionais do PPD/PSD neste último congresso”.
Por fim, Pedro Salvador diz não ter, neste momento, a motivação suficiente para ser candidato.
“Preocupa-me muito a reduzida dimensão de militância do partido e qualquer nova candidatura poderia ser um golpe fatal na expressão política do PPD/PSD no concelho”, refere.
“Considero assim que a maior demonstração de responsabilidade política neste momento é ajudar o partido na oposição ao CDS na Assembleia Municipal“, conclui o social-democrata.
As eleições para os órgãos locais do PSD Ponte de Lima foram marcadas na sequência da demissão da atual comissão política de secção, liderada por Nuno de Matos.
Comunicado de Pedro Salvador na íntegra
Declaração à comunicação social sobre as eleições para a comissão política concelhia do PPD/PSD de Ponte de Lima
Tendo sido marcadas eleições para os órgãos concelhios do PPD/PSD de Ponte de Lima, e em face de notícias vindas a público sobre este ato eleitoral, venho prestar os seguintes esclarecimentos:
· É verdade que fui desafiado e muito incentivado por vários militantes para avançar para a liderança do PPD/PSD de Ponte de Lima;
· Tenho desenvolvido uma profunda reflexão sobre a atual situação do PPD/PSD no concelho que envolveu diversos militantes e dirigentes do partido a nível local, regional e nacional;
· Para poder encabeçar uma candidatura considero que têm que existir 3 condições prévias: motivação, disponibilidade e projeto;
· Sobre o projeto em si, considero que o mesmo tem que ser um projeto de unidade. E isso é o que me parece que, de momento, não seja. O avanço circunstancial de uma candidatura que diz querer unir o partido mas que não envolveu previamente todos os militantes é suficientemente esclarecedor;
· Relativamente à disponibilidade para ser candidato à concelhia de Ponte de Lima, ela é muito reduzida tendo em conta os vários projetos profissionais e académicos em que estou envolvido, mas acima de tudo porque a minha prioridade política atual é o compromisso que assumi perante os Limianos que votaram no PPD/PSD nas últimas eleições autárquicas, sendo por isso hoje um dos rostos da oposição ao CDS na Assembleia Municipal;
· Esse compromisso com a comunidade é a minha principal prioridade política, pois os compromissos são a base fundamental da relação com os eleitores. Foi exatamente por isso que recusei 2 convites distintos para fazer parte de listas aos órgãos nacionais do PPD/PSD neste último congresso: porque a política local requer foco e dedicação permanentes;
· Por fim, e relativamente à motivação – que deve ser o elemento fundamental no processo de decisão individual de quem assume uma candidatura desta ordem de responsabilidade – ela não é a suficiente. Ademais, preocupa-me muito a reduzida dimensão de militância do partido e qualquer nova candidatura poderia ser um golpe fatal na expressão política do PPD/PSD no concelho;
· Considero assim que a maior demonstração de responsabilidade política neste momento é ajudar o partido na oposição ao CDS na Assembleia Municipal.
Aproveito a oportunidade desta declaração para endereçar os maiores sucessos pessoais e políticos a Rui Rio – novo líder do PPD/PSD – tendo em conta o enorme capital de experiência e valor que tem para o país.
Conheço Rui Rio desde a campanha eleitoral autárquica de 2001, da qual resultou para o PPD/PSD o melhor resultado autárquico da sua história, muito impulsionado pelo resultado de Rui Rio no Porto e de Santana Lopes em Lisboa. Os primeiros anos de mandato autárquico no Porto foram muito difíceis para Rui Rio. Nessa altura, era eu o presidente da JSD do Porto e tive o enorme privilégio de assistir de perto à afirmação e consolidação do projeto político liderado por Rui Rio e que fez do Porto uma cidade com futuro, sendo ele o primeiro responsável por tudo aquilo em que se tornou a cidade do Porto. Foram 12 anos de resultados absolutamente incomparáveis na dimensão do que é o histórico do Porto.
Antes dessa experiência autárquica recordo-me bem de dois momentos muito importantes e marcantes do percurso de Rui Rio: a participação extraordinária na direção do grupo parlamentar do PPD/PSD nos anos 90 e o mandato de secretário-geral do PPD/PSD quando Marcelo Rebelo de Sousa foi presidente do nosso partido. Rui Rio é muito íntegro e resiliente. Estas duas caraterísticas fazem dele o mais bem preparado no PPD/PSD para liderar um novo ciclo político em Portugal que promova o desenvolvimento sustentado e sustentável. É por essa razão que estarei sempre ao seu lado para um combate político muito difícil para o PPD/PSD nos próximos anos.