O gestor proposto pela administração da Coelima e aceite pelo Tribunal de Guimarães para gerir a insolvência daquela empresa têxtil tem um longo currículo de outras grandes empresas na mesma situação. Pedro Pidwell tem 53 anos e foi cavaleiro profissional até aos 30. Abandonou as provas de dressage devido a um problema de saúde e dedicou-se aos estudos. Ainda exerceu como advogado, mas acabou por se especializar na área das insolvências, liquidações judiciais e processos de recuperação de empresas.
Este gestor de insolvências conta no seu currículo de administrador de insolvência com empresas como o Espírito Santo Financial Portugal (“holding” do GES que tinha quase um terço do BES), Soares da Costa, Páginas Amarelas, Herdade de Rio Frio, Rincon, Aquapura Douro Valley Hotels, Urbanos e as sociedades anónimas desportivas do Belenenses, Beira-Mar e da Naval 1.º de Maio.
Na petição inicial, dirigida ao Tribunal de Guimarães, a administração da Coelima afirma que “se impõe a nomeação de um administrador da insolvência que se caracterize pelo rigor, seriedade e idoneidade no exercício das suas funções, bem como que seja pessoa especialmente habilitada para a prática e atos de gestão, com provas dadas em processos de insolvência ou processos especiais de revitalização”.
A administração da Coelima propõe Pedro Pidwell por considerar que este conta com “uma estrutura de apoio à sua atividade, composta por colaboradores com experiência em cenários de insolvência e de reestruturação, o que será certamente determinante para uma célere e eficiente análise e tratamento das reclamações de créditos que serão certamente apresentadas neste processo”.
A Coelima apresentou-se à insolvência com uma dívida de cerca de 30 milhões de euros. Entre os maiores credores estão duas instituições do perímetro do Estado, a Caixa Geral de Depósitos, com 8,5 milhões de euros, 42% do passivo e o Fundo Autónomo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas, com 7,8 milhões de euros, 38% do passivo da têxtil. Ainda no top-5 de credores aparecem a António Almeida e Filhos e a Moretextil.
A Moretextil foi criada em 2011, pela ECS Capital para salvar da falência três da maiores têxteis do Vale do Ave: a JMA (atulamente com um pré-acordo de venda), a António Almeida e Filhos (com algumas unidades já vendidas) e a Coelima.
A têxtil Coelima foi fundada em 1922, já teve mais de 3.000 trabalhadores, conta, agora, com cerca de 250.