O líder do PS acusou hoje o “bando de delinquentes” do Chega de terem trazido a anarquia ao parlamento e de desrespeitarem a democracia, considerando que perante este ambiente é preciso verdade e sentido de Estado dos restantes políticos.
Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas no final da votação final global do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e alertou para “um ambiente político em Portugal que é grave”, como hoje considerou que ficou demonstrado com os pendões que o Chega colocou na fachada do parlamento.
Considerando “importante que quem governa em nome da AD revele sentido de Estado”, Pedro Nuno Santos acusou o ministro da Educação de “manipulação de números” sobre o número de alunos sem professor e o primeiro-ministro de “utilização da propaganda” na sua declaração desta semana, afirmando que não estão “a fazer bem à nossa democracia”.
“Não é só o bando de delinquentes que nós temos aqui e que despeitaram a Assembleia da República, desrespeitaram a democracia e desrespeitaram os portugueses”, disse.
Segundo o líder do PS é preciso que “todos os outros políticos que não se reveem no comportamento nem na atitude dos deputados do Chega revelem sentido de estado”.
“Verdade perante os números e sentido de estado cada vez que um primeiro-ministro se dirige ao país. Nós temos essa obrigação”, defendeu.
O PS, segundo o seu líder, não tem “medo destes delinquentes nem da anarquia que trouxeram à Assembleia da República”.
“Nós vamos combater porque isto é um desrespeito para com os portugueses. O Chega está sempre a falar da lei e da ordem, mas o que tivemos aqui foi desrespeito pela lei e pela ordem, pelas regras”, criticou.
O Chega colocou de manhã vários pendões na fachada do edifício da Assembleia da República contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos, que foi aprovado no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano.
No arranque dos trabalhos, o presidente da Assembleia da República disse que notificou o Chega para retirar os pendões e que, se tal não fosse feito, iria pedir a intervenção dos bombeiros.
O debate entre as bancadas foi tenso e atrasou o arranque dos trabalhos, que o PS chegou a pedir que fossem interrompidos até que o Chega retirasse a publicidade, intenção que foi recusada pelo presidente do parlamento e pelo plenário.
Elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa chegaram à Assembleia da República pelas 11:20 para retirar os pendões colocados pelo Chega, mas quando se aproximaram das janelas as faixas foram recolhidas a partir do interior do edifício.