Pedro Sousa, tocador de concertina e cantador ao desafio, aos 30 anos, é já um dos símbolos maiores da vertente popular das Feiras Novas de Ponte de Lima.
O tocador de concertina, com tasca montada no recinto, habitualmente percorre as avenidas do centro limiano durante as rusgas a cantar ao desafio, tradição que herdou do tio, José Cachadinha, falecido este ano.
A O MINHO, Pedro Cachadinha, como é mais conhecido, conta que esta tradição já vem de família, depois de ter aprendido a tocar concertina com o tio. A parte dos cantares, conta, foi desenvolvendo naturalmente, e é hoje um dos mais respeitados cantadores de rua da região minhota.
A tocar e cantar há 20 anos, nunca quis entrar em grandes palcos ou dar grandes digressões com uma banda, mantendo-se sempre fiel ao Minho e ao cariz popular. “Eu gosto de tocar e cantar na rua e nos cafés, como manda a tradição”, explica.
Este ano, Cachadinha terá de dar uso à concertina sem o tio, mas não deixa passar em claro um agradecimento à organização das Feiras Novas pela “homenagem top” que fizeram a José Cachadinha.
“A homenagem não foi cinco estrelas, foi 10. Estão de parabéns pelo que fizeram”, sublinha. “O que o meu tio mais gostava era das Feiras Novas e tenho a certeza que a melhor forma de o lembrar é continuar com a festa pela noite dentro e continuar com as cantigas”, diz.
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Sobre as cantigas de rua nas Feiras Novas, Pedro espera que “a mocidade” lhe siga o exemplo. “Gostava que esta mocidade nova continuasse com estas tradições porque isto é uma coisa top”, destaca.
Com arruadas genuínas repletas de concertinas, as Feiras Novas prosseguem este sábado e domingo, sendo já um marco da cultura popular minhota.