PCP: “Quando hoje nos indignamos contra a corrupção é porque podemos fazê-lo”

25 de Abril
Sessão Solene Comemorativa do 47.º Aniversário do 25 de Abril de 1974

O PCP evocou hoje os seis milhões de portugueses que já nasceram depois do 25 de Abril de 1974 e pediu a indignação dos portugueses contra as injustiças, as desigualdades ou a corrupção.

“Quando hoje nos indignamos, nos levantamos contra a injustiça, a desigualdade, a corrupção é porque podemos fazê-lo”, afirmou a deputada comunista Alma Rivera, ao discursar na sessão solene dos 47 anos do 25 de Abril, depois de lembrar as conquistas permitidas pela “Revolução dos Cravos”, a começar pela liberdade.

Depois de citar esses milhões de portugueses – “as mais jovens gerações já são bisnetas dos antifascistas que deram a vida pela libertação” – a parlamentar do PCP fez a defesa das “conquistas de Abril”.

“Todos quantos não viveram Abril de 1974 são chamados a continuá-lo e a defender os direitos com ele conquistados”, afirmou.

“Travamos a batalha pela defesa dos valores mais humanos e mais essenciais, de liberdade e democracia, de igualdade e solidariedade. E não calamos que a pobreza e a miséria, a precariedade e o desemprego são inimigos dos valores de Abril”, disse.

E acrescentou que “a desesperança é o contrário do caminho de Abril”, que “a impunidade da corrupção, dos crimes económicos e financeiros, dos buracos da banca, da utilização indevida do erário público são afrontas à democracia”, que “o seu maior inimigo é a subjugação do poder político pelo poder económico e a sua fusão num só”.

Alma Rivera afirmou ainda que os seis “milhões de portugueses que nasceram depois do 25 de abril exigem que a riqueza seja distribuída de forma justa, permitindo uma vida digna a todos, contra a acumulação obscena de alguns, muito poucos, que fogem aos impostos e à justiça ao mesmo tempo que dizem que ‘não é tempo para reivindicar'”.

Apesar de não terem vivido nem a ditadura nem a revolução, Alma Rivera pediu aos mais jovens que “continuem Abril” e a defender “os os direitos com ele conquistados, a defender a saúde, a educação e a segurança social contra a lógica do lucro e a ganância dos grandes grupos económicos”.

“Continuamos a luta centenária pelo direito ao trabalho. Contra a sua desvalorização, porque o que sai dos salários continua a ir para os bolsos de uns poucos. Contra a utilização dos trabalhadores como mercadoria descartável, dispensável, porque até uma pandemia é pretexto para agravar a exploração”, disse.

E concluiu que “quem precisa de abril nas suas vidas, quem precisa que a Constituição e os seus direitos se cumpram, tem a força para impedir retrocessos e é com a sua voz e os seus braços que fará cumprir Abril”.

 
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