O PCP manifestou preocupação com a Extensão de Saúde de São Cosme, Famalicão, avançando que cerca de 1.500 utentes podem ficar sem médico, mas a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) garante que unidade não será encerrada.
O PCP, através da deputada Carla Cruz, remeteu ao Governo um requerimento no qual refere ter sido alertado, quer pela junta de freguesia local, quer pela comissão de utentes, para o facto da criação de uma nova Unidade de Saúde Familiar (USF) em Requião poder resultar na deslocação do único médico afeto à extensão de saúde de Vale São Cosme.
De acordo com informações recolhidas pelos comunistas, e conforme se lê no documento dirigido ao Governo, 1.500 utentes poderão ficar sem médico de família e desde 2009 “paira” sobre os utentes da unidade de São Cosme a “ameaça do encerramento”.
A ARS-Norte garantiu, em resposta escrita, que se mantém a atribuição de um médico a esta extensão: “Não havendo qualquer deliberação do Conselho Diretivo da ARS-Norte no sentido de proceder ao encerramento da referida unidade”, lê-se na resposta.
O PCP, porém, recorda que em 2010 a comissão de utentes da unidade de São Cosme promoveu uma petição (petição nº 123/XI/2ª) que endereçou à Assembleia da República, sendo a principal exigência a construção de uma nova instalação para a unidade de saúde, assim como contestava soluções que significassem a liquidação do serviço da extensão e recusavam a redução do horário de funcionamento ou a transferência de serviços médicos e de enfermagem, o que vinha sido feito.
“Exigiam também que, enquanto não houver nova unidade, fossem feitas obras na extensão, criando condições mínimas para os cuidados de saúde ali prestados. Ora nada disto foi feito, e o que sucedeu é que a prestação de cuidados de saúde se foi degradando, nomeadamente com a saída de médicos”, aponta o requerimento dos comunistas.
“O ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] de Famalicão e a câmara municipal procederam à elaboração da Carta de Equipamentos dos Cuidados de Saúde Primários. Nesse sentido, a implementação de novas Unidades de Saúde Familiar, poderá beneficiar a saúde das populações e a motivação dos profissionais”, responde, por sua vez, a ARS-Norte.
Entretanto, a câmara de Famalicão revelou que “imediatamente” a seguir à tomada de posse do novo Governo (PS), o presidente da autarquia (PSD/CDS-PP) Paulo Cunha solicitou uma audiência ao Ministério da Saúde para poder discutir a situação do concelho em matéria de cuidados de saúde primários.
Fonte da autarquia de Famalicão garantiu que “a câmara está preocupada tem consciência de que a resposta atual do concelho está abaixo das necessidades”, tendo Paulo Cunha já demonstrado disponibilidade para assumir responsabilidades no âmbito da saúde.