O PCP de Viana do Castelo vai exigir, através do grupo parlamentar, que seja “revisto” o caso da companhia de teatro da cidade que, por falta de financiamento do Estado, suspendeu a programação até final de 2016.
A Direção Regional de Viana do Castelo (DORVIC) anunciou que irá propor que o grupo parlamentar do PCP tome posição na Assembleia da República contra esta situação, “exigindo que seja revista a recusa da DGArtes de apoiar o Teatro do Noroeste – CDV”.
A posição da estrutura regional do PCP surge na sequência do anúncio feito pela companhia profissional de teatro, em conferência de imprensa, da suspensão da programação prevista até final de 2016, alegando estar aguardar uma decisão ao recurso apresentado junto da Direção Geral das Artes (DGArtes) pela exclusão da candidatura que submeteu aos apoios diretos do Estado.
Em causa está uma candidatura de 100 mil euros para dois anos de atividade apresentada pelo Teatro do Noroeste – CDV em janeiro passado ao concurso de apoio direto promovido pela DGArtes.
Para o PCP trata-se de uma situação “inadmissível” afirmando que a “intensa” atividade daquela companhia “não pode continuar a ser desprezada”.
“Nos 23 anos de atividade de criação artística e formação de públicos no Alto Minho, a companhia já realizou 122 criações que contaram com quase 450 mil espetadores. Já realizou mais de 3.200 representações, apresentou textos de 55 dramaturgos, 24 dos quais portugueses, nos quais participaram 214 atores profissionais e 23 encenadores”, sustentou o PCP.
Também o presidente da Câmara de Viana do Castelo anunciou, na quarta-feira, ter pedido uma reunião ao secretário de Estado da Cultura para dar “nota” a Jorge Barreto Xavier da “importância da companhia profissional e do teatro para a região, assim como dos apoios para a cultura e designadamente para o teatro”.
A companhia iria estrear no dia 04 de julho a peça “Antígona” mas face à “incerteza quanto ao futuro” foi cancelada, estando também “obrigatoriamente comprometida” a recuperação, em outubro, do Festival de Teatro do Eixo Atlântico (Festeixo), suspenso desde 2010 por falta de verbas.
“Não podemos aceitar que o Governo PSD/CDS continue a maltratar Viana do Castelo, as suas instituições, a cultura do Alto Minho, os trabalhadores e as populações”, lê- se na nota enviada à imprensa.
A primeira edição da “Escola de Verão para Atores” é a única iniciativa prevista na programação deste ano que não é suspensa, por ser suportada integralmente pela autarquia local.
Aquela iniciativa vai decorrer entre 13 a 23 de julho com um núcleo de professores constituído por Guillermo Heras, João Mota, Olga Roriz, Alexandra Moreira da Silva, António Simón e Ricardo Simões, numa oficina intensiva de 10 dias, dirigida a atores profissionais.