Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, exige a construção do edifício de cirurgia de ambulatório no Hospital de Braga.
Numa festa-convívio na praia fluvial de Merelim S. Paio, Paulo Raimundo falou do “escândalo de 42% de toda a riqueza estar nas mãos dos 5% mais ricos”.
“Que bom seria a banca manter os seus 10,7 milhões de euros de lucros por dia intocáveis, enquanto milhares e milhares todos os dias fazem os possíveis, e impossíveis, para aguentar o seu maior bem, a sua casa, o seu teto, com prestações e rendas impossíveis de aguentar. É assim em todo o país, tal como é aqui em Braga”, disse.
Sobre o Serviço Nacional de Saúde referiu: “Que jeito daria aos que fazem da doença um negócio, que encaixam de transferência do Orçamento do Estado 6 mil milhões de euros, que saem dos nossos bolsos direitinhos para os seus cofres, que jeito lhes daria que o Serviço Nacional de Saúde, apesar de todos os ataques e dificuldades, não fosse defendido com unhas e dentes, pelos seus profissionais, pelos utentes e pelos democratas”.
E apresentou o exemplo do Hospital de Braga: “Gastou 13,7 milhões de euros para fazer 19 200 cirurgias em instalações privadas e em misericórdias, uma opção que permitiu ainda assim poupar bastante face à alternativa do cheques-cirurgia. Uma medida imediata que não dispensa o que se impõe, a construção do edifício de cirurgia de ambulatório , proposta do PCP chumbada por PS, PSD, IL e Chega, mas da qual nem nós nem os profissionais e utentes, desistem”.
Sobre a TAP, o secretário-geral do PCP disse: “Que jeito lhes daria se assistíssemos sentadinhos no sofá à apropriação das riquezas do País e que déssemos por perdida a TAP. A TAP é a maior empresa exportadora nacional e não aceitamos que seja entregue aos interesses do grande capital. Perderiam os trabalhadores, perderia o País. O nosso voto contra o relatório da comissão de inquérito deve-se nem tanto ao que está escrito, mas por aquilo que não está lá, a identificação da privatização da TAP como o que é, um crime político e económico”.
Concluindo, Paulo Raimundo apelou à mobilização e à luta: “Se é verdade que é a grande maioria que é alvo da política de direita, que é alvo das injustiças, que é a grande prejudicada com a desigualdade, também é verdade que quando esta enorme maioria, quando os trabalhadores e o povo perceberem a força que têm, quando perceberem a força da sua luta, a força da sua unidade, a força da sua força, então é mais que certo que as coisas vão ter de mudar e essa é a grande potencialidade do momento atual”.