A Organização Regional de Braga do PCP classificou, hoje, em comunicado, como “oportunidade perdida” a reunião do Conselho de Ministros ocorrida, quinta-feira, em Braga, sublinhando que foram esquecidos vários investimentos, como a construção do novo Hospital de Barcelos-Esposende, da ampliação das instalações do de Braga, a conclusão das obras de beneficiação no de Guimarães ou as obras de beneficiação no de Famalicão.
“Lamentavelmente, este Conselho de Ministros confirmou-se como uma oportunidade perdida para a tomada de decisões que contribuam para superar carências que se vão acumulando no distrito em áreas fundamentais”, lamentam os comunistas, sublinhando que “foram poucas as decisões concretas”.
De acordo com o comunicado da reunião do Conselho de Ministros, lembra o partido, foram autorizadas despesas para obras de construção, ampliação e/ou requalificação do Palácio da Justiça – sede da Comarca, em Braga, Palácio da Justiça de Guimarães, Palácio da Justiça de Fafe, Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, e Departamento de Investigação Criminal de Braga da Polícia Judiciária, assim como investimentos em alojamento estudantil a custos acessíveis, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.
O PCP sublinha, a propósito, que, “áreas tão importantes para a vida das pessoas, dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, como o acesso à habitação, o imperativo de reforço do Serviço Nacional de Saúde, o investimento na escola pública e nos serviços públicos em geral, não mereceram qualquer menção”.
Abdicar da ferrovia
Relativamente ao transporte ferroviário, “apesar das exigências das assembleias municipais de Braga, Guimarães, Barcelos e Fafe que, por proposta da CDU, reclamaram a ligação ferroviária entre Braga e Guimarães e o prolongamento até Barcelos, ligando os quatro concelhos mais populosos da região, as declarações dos membros do Governo confirmaram a intenção de abdicar do reforço da ferrovia”.
Ainda na área da mobilidade, diz ainda o PCP que “ficou por decidir a criação de condições para o estabelecimento de um Passe Social Intermodal, como existe já no Porto e em Lisboa, e, também por iniciativa da CDU, é reclamado por vários municípios da região”.
E conclui: Também a escola pública, nomeadamente a necessidade de requalificação de várias escolas como a Escola Secundária de Amares, não foi objeto de qualquer decisão.
Ficou ainda de fora a construção da Barra de Esposende e o desassoreamento do Rio Cávado e medidas para melhores condições de trabalho e rendimento dos pescadores de Esposende e Apúlia”.
E conclui, evocando um comunicado anterior: “O PCP tinha já afirmado que no atual contexto de agravamento da situação económica e social, de aumento do custo de vida, de dificuldades de resposta de diversos serviços públicos, a vinda do Governo a Braga e a respetiva realização da reunião do Conselho de Ministros não seja uma mera ação de propaganda e que constitua uma oportunidade para a tomada de decisões que correspondam efetivamente às aspirações das populações. Que não seja apenas um Conselho de Ministros em Braga, mas com decisões para a região Braga e as suas gentes”.