Paulo Morais escolhido como candidato do PSD à Câmara de Viana

Nome será apresentado aos militantes
Foto: Facebook / Arquivo

A Comissão Política da secção do PSD de Viana do Castelo vai apresentar, no sábado, aos militantes a escolha do economista vianense Paulo Morais como candidato à Câmara Municipal nas próximas eleições autárquicas.

Em declarações a O MINHO, o líder concelhio Duarte Martins disse que só após os militantes se pronunciarem é que falará sobre o assunto. “Não é correto estar a anunciar nomes sem que os social-democratas do concelho se pronunciem”, disse.

O nome de Paulo Morais foi hoje indicado pelas rádios locais Alto Minho e Geice, tendo O MINHO confirmado a escolha feita pelo órgão concelhio do PSD.

Paulo Morais, que leciona na Universidade Portucalense, foi vereador do Urbanismo e da Habitação na Câmara do Porto, entre 2002 e 2005, na primeira presidência de Rui Rio, de quem era o número dois.

Em 2009 foi candidato à presidência da Assembleia Municipal de Ponte de Lima, tendo-se, ainda, candidatado a eurodeputado e a Presidente da República.

Foi um dos fundadores da Associação Cívica Transparência e Integridade e tem-se desdobrado em conferências e tomadas de posição anti-corrupção nos mais diversos foruns.

Compadrio na administração local

A propósito desta atividade cívica, recordamos uma conferência que Paulo Morais deu, no Club Soho, em Braga, em que comentou a existência de situação na administração local, dizendo que se localiza na área do urbanismo e se estende ao compadrio pessoal e partidário.

“Na década de 90 com uma lei por regulamentar fizeram-se milhares de negócios chorudos com a passagem de terrenos rurais para urbanos”, esclareceu.

Na ocasião, disse, ainda, que o Tribunal de Contas devia ordenar a suspensão dos pagamentos do Estado às concessionárias das ex-SCUT cujos contratos tenham anexos confidenciais.

“Na administração pública não pode haver contratos com anexos confidenciais, pelo que os mesmos são ilegais”, afirmou, lembrando que as rendas pagas pelo Estado têm aumentado 30 por cento ao ano, o que põe em causa, a médio prazo, a sustentabilidade das contas públicas.

E, mais direto, disse: “O Tribunal considerava esses contratos nulos e obrigava a renegociar os outros, como lhe compete”.

Morais falava num debate organizado pelo Clube de Negócios Soho de Braga sobre o tema “A corrupção, entrave ao desenvolvimento económico”. A iniciativa foi coordenada pelos presidentes do clube, António Santos e da antiga AIMinho, António Marques.

Antiga SCUT Porto/Viana

Paulo Morais apontou o caso da auto estrada A28, a antiga SCUT entre o Porto e Viana do Castelo, para frisar que, no final de 2014, “o Estado pagará ao concessionário, a EuroScuts, 50 milhões de euros quer haja ou não tráfego na via”.

Defendeu que as Parcerias Público Privadas são um exemplo acabado do que é a corrupção e a promiscuidade entre empresas e políticos em Portugal.

“Os contratos foram feitos sem riscos para os investidores e com custos astronómicos, e sempre a crescer, para os contribuintes”, acentuou.

Em sua opinião, é preciso renegociar as PPP no que toca às taxas e aos acordos de reequilíbrio financeiro: “Na A28, o Estado paga um prémio quando a sinistralidade desce, mas que é cem vezes superior ao que o concessionário paga, quando os acidentes aumentam”.

 
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