O candidato do PSD/CDS à Câmara de Viana do Castelo, Paulo de Morais, prometeu hoje “transparência” e combate à “corrupção e compadrio” no Urbanismo, onde a atual autarquia “trata uns como filhos e outros como enteados”.
“O problema da falta de transparência, nomeadamente nas questões do Urbanismo, existe um pouco por todo o país. Não queria estar muito a falar, porque quero falar no futuro, mas a Câmara de Viana trata uns como filhos e outros como enteados”, acusou Paulo Morais, em resposta aos jornalistas no fim da apresentação do programa eleitoral.
O ex-vice-presidente da Câmara do Porto (2002-2025), que se desfiliou do PSD em 2013 e surge nesta corrida eleitoral como independente, comprometeu-se a, num mandato, implementar em Viana do Castelo a norma 371001, de regras contra a corrupção, afirmando que “será o mecanismo de controle e combate à corrupção, compadrio e aos favores”.
De acordo com o professor universitário, a “transparência total” é “uma forma de pensar todo o programa”, porque “o presidente e a equipa que o acompanha não mandam na cidade”, antes “mandam na Câmara para servir a cidade”.
“Em todas as facetas da autarquia, em todos os pelouros, as pessoas, as instituições, os arquitetos que submetem projetos no urbanismo serão tratados por igual”, prometeu, a par de “um modelo de análise de processos urbanísticos célere e escrutinável”.
Questionado sobre se estava reconciliado com o PSD e com a política, Paulo de Morais disse que, por um lado, aceitou o convite feito pela estrutura nacional, distrital e concelhia do partido por achar que “podia fazer de Viana do Castelo uma cidade moderna, europeia”.
“Considerei também o pedido de Luís Montenegro para trazer para Viana as referências éticas que, do ponto de vista dele, eu represento para a política. Como foi um pedido do presidente do PSD, entendi corresponder, dizer que sim depois de algumas conversas”, afirmou.







O candidato quer melhorar a qualidade de vida dos vianenses e o desenvolvimento do concelho, para “deixar de ser cidade periférica para passar a ser elo de ligação entre o Norte e a Galiza”.
“Viana tem de ser a plataforma de ligação entre o Norte de Portugal, uma zona produtiva e rica, e a Galiza, ainda mais produtiva e rica. Temos de tirar mais proveito disso”, sustentou.
A partir de um resumo do programa com 61 páginas distribuído na conferência de imprensa, o fundador da Frente Cívica e candidato à Presidência da Republico em 2016 enumerou 10 compromissos, nomeadamente a implementação de “um sistema de transportes a sério” e “europeu”.
A aposta passa pelos autocarros e paragens “confortáveis”, mas também por comboios noturnos, se necessário com operadores privados, barcos no rio Lima ou pelo funicular de Santa Luzia aberto “pelo menos até à meia-noite”.
Já em 2026, Morais diz que as pessoas recenseadas em Viana do Castelo “deixarão de pagar o estacionamento nos parques da autarquia, sejam eles de exploração própria ou concessionados”.
Acabar “com a desertificação do centro histórico”, sobretudo através de “uma via verde para o licenciamento urbanístico” é outra das propostas.
Criar um mecanismo de diplomacia económica para atrair investimento, acabar com a taxa turística, encurtar o prazo do pagamento de dívidas a fornecedores, colocar “em ordem as contas” da autarquia e devolver aos munícipes os 5% do IRS que se destinam à autarquia foram outros pontos destacados.
“Vamos ter embaixadores pelo mundo fora a procurar investimentos. Vamos oferecer qualidade de vida aos quadros superiores das empresas”, descreveu.
Morais quer também “acabar com buracos nas ruas e nos passeios e com ruas sujas, criando em seis meses um sistema de manutenção do espaço público e implementando-o a partir do sétimo mês de mandato.
Para as eleições de 12 de outubro já anunciaram a candidatura à autarquia de Viana do Castelo Luís Nobre (PS), Duarte de Brito Antunes (IL) e Carlos Torre (BE).
Atualmente, o executivo de Viana do Castelo é composto por cinco eleitos pelo PS, que lidera o concelho há mais de 30 anos, dois vereadores da coligação PSD/CDS-PP, um eleito pela CDU e um vereador independente (eleito pela coligação PSD/CDS).