Patrões do Minho pedem consenso entre PS e PSD em “matérias fundamentais”

Ricardo Costa, presidente da AEMinho. Foto: DR / Arquivo

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) pede ao PS e PSD, “os dois partidos tradicionais do arco da governabilidade”, que se entendam em relação a “matérias fundamentais, como saúde, justiça e educação”.

Para a associação presidida por Ricardo Costa, “perante a interrupção legislativa e o consequente período eleitoral que se avizinha, esta é uma oportunidade única para que se criem pontes e consensos em relação a matérias fundamentais da vida económica e social do país”.

“Se, por um lado, a democracia é o palco privilegiado para o debate de ideias e de diferenças de opinião, por outro é também o exercício supremo da liberdade. O uso da liberdade, no ano em que assinalamos meio século da nossa jovem democracia, deve servir para acentuar e promover a sua maturação enquanto regime que serve, ou deve servir, sempre, para promover o desenvolvimento, o bem-estar social e a garantia dos direitos de todos os cidadãos”, acrescenta a AEMinho em comunicado enviado a O MINHO.

“É no quadro do uso dessa liberdade que exaltamos os atores políticos, quando entram em cena, novamente, para debater ideias e acentuar diferenças, que convirjam, pelo menos os dois tradicionais do arco da governabilidade [PS e PSD], para criarem uma estabilidade política em termos de matérias fundamentais como saúde, justiça e educação”, pode ler-se.

Para a AEMinho, “a convergência em matérias estruturais não é impeditiva da possibilidade de acentuarem alternativas, para que os eleitores possam escolher”.

“Ambos tiveram um papel essencial nestes cinquenta anos de democracia e é nosso entendimento que, na reflexão a ser feita, perceberão que ambos têm também responsabilidades no que não correu tão bem como seria desejável. Cooperar e convergir não impede nem castra a opinião, o debate de ideias e as diferenças no momento da escolha. Mostra antes sentido de Estado, responsabilidade e vontade de fazer, de facto, melhor por Portugal”, sublinha.

“A AEMinho não é um ator político, não o pretende ser. É antes uma associação representativa de um tecido empresarial que está sempre na primeira linha para colaborar, empregar, acrescentar valor e gerar riqueza. É por isso nossa responsabilidade sermos os geradores e promotores de consensos de pontes de cooperação”, acrescenta o comunicado.

A associação diz ainda que as eleições europeias “não serão menos relevantes”, porque “na Europa joga-se muito do futuro de Portugal, o que torna fundamental o papel dos nossos representantes nos seus órgãos”.

“Mais uma vez, exige-se união, cooperação e estratégia concertada para que falemos a uma só voz na defesa dos interesses do país”, defendem os patrões do Minho.

“Em 2024 continuaremos a defender o Minho como uma região una e rica pela sua diversidade e capacidade produtiva. Somos um motor da economia portuguesa e teremos de ser vistos e tidos como tal. As empresas minhotas, com os seus empresários e trabalhadores, têm sido uma referência de resiliência, inovação e capacidade de resposta a todas as crises, vicissitudes e instabilidades que vão surgindo ao longo dos anos”, salienta o comunicado.

E conclui: “Os trabalhadores como centro do ecossistema empresarial continuarão a ser o nosso foco, bem como a persistente defesa da redução da carga fiscal sobre o trabalho, para que possamos ser mais competitivos a contratar e para que os trabalhadores vejam os seus rendimentos, efetivamente, aumentados. A formação de quadros como fator de valorização e desenvolvimento terá também a nossa atenção, com a formação de empresários e gestores no topo das prioridades, promovendo uma maior aproximação do nível de formação dos empresários e dos trabalhadores”.

Somos do Minho e continuaremos a bater-nos por uma região e por uma comunidade empresarial cooperante e unida na prosperidade e no desenvolvimento. É o momento de pensar o Minho e pensar Portugal sem barreiras ou limites dogmáticos. Este não é o momento dos partidos, é o momento de Portugal.

 
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