O presidente da Câmara de Paredes de Coura classificou hoje a abertura ao trânsito da ligação do concelho à Autoestrada 3 (A3), reivindicada há décadas, como uma “via aberta para o futuro”.
A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que a variante à Estrada Nacional (EN) 303, com uma extensão de 8,8 quilómetros, abriu hoje à circulação rodoviária, às 17:00, num investimento de 10,8 milhões de euros.
Para o autarca socialista Vítor Paulo Pereira, “a abertura da via ao trânsito era algo que Paredes de Coura esperava há demasiado tempo”.
“Por isso, queremos que abra e nos sirva, que crie dinâmica económica, que una as pessoas. É um ponto final na ambicionada abertura desta importante infraestrutura para os courenses e tecido empresarial”, afirmou Vítor Paulo Pereira, citado numa nota enviada às redações.
Para Vítor Paulo Pereira, “é mais importante que as pessoas beneficiem da utilidade da estrada nova do que esperem por um ato formal de inauguração”, referindo-se ao adiamento da cerimónia que previa a presença do primeiro-ministro, António Costa, que, em outubro de 2018, se deslocou ao concelho para lançar o concurso público da ligação do parque empresarial de Formariz à autoestrada A3 (nó de Sapardos).
“Apesar de sabermos que perderemos atenção mediática com isso, o nosso único objetivo é o serviço às pessoas e contribuir para a riqueza do território. O ato formal de inauguração esteve agendado, mas não foi possível devido ao mau tempo. No entanto, será realizada cerimónia formal com representação do Governo no início de abril. Será um momento de festa para os courenses”, referiu Vítor Paulo Pereira.
Reclamada há décadas por autarcas, empresas e população de Paredes de Coura, a empreitada foi consignada em junho 2020, com um prazo de execução de 540 dias e um custo de 8.989.959,80 euros, e tinha conclusão inicialmente prevista para dezembro desse ano.
A suspensão temporária da empreitada para a realização de trabalhos arqueológicos, por ter sido encontrada uma calçada romana, foi anunciada em janeiro de 2021.
A preservação do achado arqueológico que integra os Caminhos de Santiago obrigou à alteração do projeto inicial da estrada.
“Os estudos de caracterização arqueológica determinaram a sua preservação, designadamente no sítio arqueológico identificado como Via Romana XIX, coincidente com o Caminho de Santiago. Esta situação obrigou ao ajuste dos traçados da nova variante e do restabelecimento inicialmente previsto para o Caminho, materializado com uma passagem superior para peões”, especifica a IP.
Em resposta a um pedido de esclarecimento enviado pela Lusa, a IP adiantou que o custo final de 10,8 milhões de euros representa “um acréscimo em relação ao valor inicial” decorrente da “necessidade de realizar uma alteração ao projeto inicial e realizar uma solução que garantisse a preservação dos locais com interesse arqueológico”.
“Deste facto resultou a prorrogação do prazo de execução da obra e um acréscimo ao valor inicial da empreitada contratada. Já na fase de conclusão da empreitada, a realização dos trabalhos finais, designadamente ao nível da pavimentação e marcação horizontal, a obra foi afetada por condições climatéricas particularmente chuvosas que afetaram a região, obrigando ao prolongamento da sua execução”, acrescenta a IP.