Um “grupo de cidadãos indignados e revoltados com a situação das faturas da Águas do Alto Minho” (AdAM) está a apelar à realização de “protestos coletivos” contra a empresa.
A primeira dessas ações de contestação consiste na “colocação de uma bandeira branca (toalhas ou panos) nas janelas ou portas de casas e estabelecimentos comerciais”, a partir de hoje e por “tempo indeterminado”, refere comunicado do “grupo de cidadãos do distrito de Viana do Castelo”.
O apelo à participação está a ser feito através das redes sociais e o início do protesto agendado para às 20h00, sendo que, ao longo do dia, já dezenas de pessoas colocaram panos brancas nas suas casas e partilharam-nas nas redes sociais.
Nesse mesmo documento, realça-se que o objetivo passa por mostrar “descontentamento de uma forma urbana, cívica e educada, cumprindo, todavia, a total defesa do bem-comum” de todos os “que considerem abusivos os valores faturados pela AdAM”.
Simultaneamente, está a decorrer uma petição online elaborada pelo mesmo grupo “alargado” de pessoas do distrito de Viana do Castelo que pede “a revogação de contrato, passando de novo para as autarquias e com isso regressando aos valores faturados antes desta concessão”.
A petição, endereçada ao Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro e todos os partidos com assento parlamentar, reunia às 12h00 de hoje perto de 8.000 assinaturas.
Um dos dinamizadores da iniciativa adiantou a O MINHO que a petição será fechada na próxima quarta-feira e enviada aos referidos destinatários.
O objetivo da iniciativa passa por contestar “o aumento exponencial dos valores ora faturados, nomeadamente no que se refere às taxas fixas, periodicidade das mesmas, transmissão de dados (que não cumpriram as normativas da lei de proteção dados), da criação, por parte da AdAM, de débitos diretos nas contas sem consentimento escrito para o efeito, entre outras irregularidades logísticas e processuais”.
Desde a constituição da AdAM têm sido muitas as queixas em relação aos preços e enganos na faturação, o que levou, inclusivamente, um conjunto de 170 subscritores a escrever uma queixa à empresa, que considera estar a praticar um “verdadeiro saque”.
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% por sete municípios do distrito de Viana do Castelo (Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca, Monção e Melgaço – reprovaram a constituição daquela parceria.
A nova empresa começou a operar em janeiro, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, a cerca de 100 mil clientes e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.
Notícia atualizada às 17.39 com mais informação.