PAN pede “compromisso suprapartidário” para combater a violência doméstica

Legislativas 2025
Pan pede “compromisso suprapartidário” para combater a violência doméstica
Foto: Lusa

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, defendeu hoje um “compromisso suprapartidário” que permita combater a violência doméstica no país e apoiar as vítimas, lamentando que o debate sobre o tema esteja atualmente “capturado pela extrema-direita”.

Após uma visita ao Espaço Júlia, em Lisboa, de apoio a vítimas de violência doméstica, Inês de Sousa Real preconizou a criação de mais locais de acolhimento para as vítimas deste crime, frisando que, atualmente, “continuam a não sair de casa, precisamente porque não têm espaços que as permitam acolher”.

A líder do PAN mostrou-se também preocupada com “a desinformação e a cultura de ódio que está a ser passada nas redes sociais” e a “dificuldade que isso traz para, nas novas gerações, não haver recuos no combate à violência e à desigualdade, em particular à desigualdade de género”.

“Nós temos que trabalhar em conjunto, enquanto sociedade, com os vários atores, para que a sociedade crie outras referências (…) é por isso que hoje temos personalidades públicas que vieram dar voz a esta causa, porque a violência doméstica precisa de respostas e de um compromisso suprapartidário”, defendeu Inês de Sousa Real, que se fez acompanhar nesta ação de campanha pelo rapper NBC e Vula Tsetsi, vice-presidente do Partido Verde Europeu (PVE).

Inês de Sousa Real pediu que a discussão deste tema não se transforme numa “batalha campal no parlamento em torno da ideologia”, mas sim que se caminhe para um “compromisso nacional de todas e de todos para dar voz às vítimas” e combater os números deste tipo de crime em Portugal.

A líder do PAN defendeu, como possíveis medidas de combate à violência doméstica, o alargamento dos prazos de prescrição das queixas, bem como respostas além da legislação, como a aposta nas “políticas públicas de maior proximidade e apoio à vítima”.

Questionada sobre se tem faltado vontade política no parlamento para responder a estas vítimas, Sousa Real lamentou que o debate esteja “capturado, sobretudo, pela extrema-direita”, com foco em propostas como a castração química, no lugar de “um debate sério sobre os mecanismo e respostas públicas” necessárias.

“É com bastante estupefação que vimos o Governo ir atrás da agenda da extrema-direita e eliminar o guia “O direito a ser” das escolas. Porque não nos podemos esquecer que o apoio às vítimas também passa, por exemplo, pelo ataque às pessoas LGBTQIA+, em particular aos jovens e, por isso mesmo, há um grande caminho que temos ainda a fazer”, frisou.

No âmbito do Dia da Europa, Sousa Real afirmou também que o debate europeu está atualmente “muito polarizado” em torno de temas como a Defesa ou a soberania energética, apelando a que não se deixe para trás a defesa dos direitos sociais e da transição verde.

Também a grega Vula Tsetsi, vice-presidente dos Verdes Europeus adiantou aos jornalistas que, embora Portugal tenha sido o primeiro país a ratificar a Convenção de Istambul – um tratado internacional para a prevenção do combate à violência contra as mulheres e à violência doméstico -, ainda há bastante casos de violência doméstica no país.

O rapper NBC justificou a sua participação nesta ação de campanha com a solidariedade pelas vítimas de violência, acrescentando que todos têm “pessoas próximas que sofrem de violência” e revelando ainda que já ajudou algumas dessas vítimas “a ir ao [Espaço] Júlia e a outros lugares” em busca de apoio.

“A Inês [de Sousa Real] convidou-me e eu vou estar presente sempre, porque eu quero que os meus filhos, a minha mãe e as minhas irmãs, saibam que eu quero melhorar a minha pessoa, sabendo que em qualquer situação que aconteça eu estarei pronto para dizer não”, acrescentou.

 
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