PAN está contra garraiada em Famalicão

Em Gondifelos
Foto: Mark Marques / Info Fajãs / Arquivo

A Comissão Política Concelhia do PAN afirmou hoje que considera “inadmissível” que a Câmara Municipal “promova e apoie maus tratos a animais” ao licenciar atividades como a garraiada que vai ocorrer no sábado em Gondifelos, Famalicão, no âmbito da Mostra Comunitária.

“Tentamos, hoje, falar diretamente com o vereador Helder Pereira, mas fomos, estranhamente, encaminhados para o departamento de comunicação, que nos informou que qualquer esclarecimento haveria de ser dado pelo presidente da Junta de Gondifelos, Manuel Novais”, refere Sandra Pimenta, do PAN.

E acrescentou: “Em contacto telefónico com o presidente da Junta, fomos informados que teriam todas as licenças. Ora, se assim é, significa que a Câmara Municipal contraria deliberadamente o objeto da petição que deu entrada em 2019, na Assembleia Municipal, solicitando o fim de qualquer atividade tauromáquica no concelho, e mais, apoia uma atividade que inflige maus tratos a animais”.

Imagem: DR

Para o partido, o entretenimento humano e a tradição “não podem sobrepor-se à vida e bem-estar animal, nem, paralelamente, ao supremo interesse das crianças”.

O PAN recorda que o Comité dos Direitos da Criança da ONU já instou os Estados para que adotem medidas de sensibilização sobre a violência física e mental associada à tauromaquia e o seu impacto nas crianças. 

“Ora, durante o tempo em que decorrem estas ações, acontece muitas vezes existirem crianças no público, estas que estão expostas e observam estas práticas como sendo naturais, além de correndo, também elas, risco de vida ou ofensa à sua integridade física”, nota.

O partido lembra que ainda esta semana ocorreu um acidente, em Coruche, com quatro feridos envolvidos, entre os quais uma jovem de 20 anos e uma criança de 10 anos. 

“Proteção e bem-estar animal não é só cuidar de cães e gatos, sendo que nem isso o executivo tem como preocupação, basta pensar na falta de políticas de prevenção no concelho. Além do mais deveria existir uma obrigação, nem que seja moral e ética, por parte do poder público de defender o bem-estar animal de práticas como estas”, reforça a porta-voz concelhia.

 
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