A última sessão do terceiro ciclo de conferências “Envelhecer para a Vida” abordou o papel do farmacêutico na 3ª idade. Ana Sá e Ricardo Pereira, da farmácia Lima, entidade organizadora, em parceria com a Junta de Freguesia de S. Vicente, falaram sobre o papel deste profissional liberal na vida do idoso. A iniciativa decorreu, como habitualmente, no Centro Cívico de S. Vicente, no dia 23 de outubro.
Perante uma sala cheia, Ricardo Pereira começou por falar um pouco da história do profissional de farmácia, história essa que desde os seus primórdios se confundia um pouco com a profissão de boticário. Atualmente, o farmacêutico desempenha um papel fundamental na vida dos idosos, nomeadamente ao nível da confiança que demonstra para com o doente. Para este profissional de saúde, o farmacêutico tem de ser capaz de tomar decisões, ser um bom comunicador, ser um bom gestor, estar permanentemente atualizado e, acima de tudo, ser um educador.
Por sua vez Ana Sá, farmacêutica e proprietária da farmácia Lima, começou a sua intervenção abordando a temática da automedicação. Trata-se de um processo comum no idoso e que corre alguns riscos, nomeadamente ao nível das doses. A diferença entre o remédio e o veneno é a dose, parafraseou Paracelso (médico e alquimista suíço).
A hipertensão arterial e a diabetes são as patologias mais comuns nos idosos e existem alguns factores externos que interagem com os medicamentos, nomeadamente o tabaco, a alimentação e o próprio conjunto de patologias existentes no doente.
A palestrante referiu igualmente que a polimedicação é outro dos problemas associados a esta faixa etária. Entre os 80-90 anos, a incidência de efeitos secundários da polimedicação aumenta 2 a 3 vezes relativamente a quem tem menos de 50 anos. Esses efeitos secundários mais frequentes são a confusão, a falta de equilíbrio, as quedas, a retenção urinária a sensação de desmaio, entre outras. Todos estes efeitos refletem-se no aumento das admissões hospitalares.
De resto, Ana Sá salientou a importância da profissão de farmacêutico na relação com as pessoas mais velhas. Captar a atenção e a confiança destas pessoas é importante porque a administração de vários fármacos tem de ser controlada e esse serviço é feito normalmente pelo farmacêutico que dispõe de vários recursos para o fazer. Se o paciente não confia no farmacêutico o doente vai “aldrabar” a toma dos medicamentos. Ana Sá finalizou a sua apresentação referindo que o farmacêutico deve melhorar a adesão à terapêutica do idoso e isso implica, entre muitas outras coisas, alertar para que os medicamentos sejam administrados sempre à hora certa e na dose certa.
Em representação da Junta de Freguesia de S Vicente esteve, como habitualmente, Domingos Alves, vogal para a Educação e Cultura. Outros elementos do executivo e da assembleia de freguesia marcaram igualmente presença.
A última sessão do terceiro ciclo de conferências “Envelhecer para a Vida” teve como momento musical a atuação de Francisca Vilaça, aluna da Companhia da Música.