Um veleiro português foi atacado por orcas ao largo de Sesimbra, no distrito de Setúbal, no sábado passado.
As imagens entretanto partilhadas nas redes sociais mostram os momentos de pânico vividos pelos tripulantes do “Santa Bárbara”, a uma milha de terra.
A embarcação ficou danificada pelo ataque e foi rebocada pelo Instituto de Socorro a Náufragos (ISN).
Como O MINHO noticiou, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) proibiu, desde julho, as embarcações marítimo-turísticas de se aproximarem ativamente de grupos de orcas, de forma a evitar consequências graves.
De acordo com o ICNF, desde 2020 que se têm registado interações entre orcas e embarcações, maioritariamente veleiros, na zona do Estreito de Gibraltar, costa portuguesa e Galiza (Espanha).
“Sendo desconhecidas as razões deste comportamento recente e repetitivo para com as embarcações, sabe-se que as interações iniciais, conduzidas por um reduzido grupo de orcas juvenis, são atualmente realizadas por um conjunto mais alargado de animais”, explica.
Num edital publicado no ‘site’, o ICNF alerta que, face ao tamanho dos animais adultos (um máximo de oito a nove metros de comprimento e três a cinco toneladas de peso), a interação mais intensa das orcas com semirrígidos ou outro tipo de embarcações de menores dimensões, como os utilizadas para a observação de cetáceos, podem ter consequências mais graves.
O instituto determina que nos casos em que as orcas se tentem aproximar das embarcações, estas se afastem e que sempre que os animais cheguem perto dos barcos sem que a tripulação se aperceba, a embarcação seja parada, deixando, contudo o motor em funcionamento, só retomando quando os bichos se afastarem.
Estas proibições estão abrangidas por um decreto-lei que visa a conservação de habitats naturais e da fauna e da flora selvagens do território da União Europeia.
Todas estas proibições serão válidas até ao último dia do ano.
Segundo os dados do Grupo de Trabalho Orca Atlântica (GTOA) – equipa de investigadores espanhóis e portugueses da vida marinha que estuda orcas perto da Península Ibérica – mais de 200 interações entre orcas e barcos foram registadas em 2022 na costa atlântica de Portugal e Espanha.