Um grupo de pais com filhos em amas da Segurança Social (SS) de Braga manifestou-se hoje contra a “ordem” para passarem a levar as refeições das crianças em marmitas. Questionada ontem por O MINHO, a SS garantiu que nada se alterava, recuando, assim, na sua intenção de passar a proibir as amas de confecionarem refeições.
Como O MINHO noticiou em primeira mão, os pais foram contactados telefonicamente, ao longo dos últimos dias, por técnicas da SS dando conta de que, a partir de hoje, as amas estavam proibidas de assegurar as refeições.
Hoje, os pais concentraram-se frente à SS de Braga e acabaram por ser recebidos pelo diretor daquele organismo, que lhes terá assegurado que, “para já”, não havia qualquer alteração, ou seja, de que as refeições continuarão a ser asseguradas pelas amas.
Ontem, em resposta escrita a questões colocadas por O MINHO, a SS referiu que “não existe qualquer alteração a entrar em vigor hoje, 01 de outubro, nesta matéria” e que “as amas podem continuar a confecionar refeições para as crianças que tenham integradas”.
O MINHO voltou a questionar a SS porque, então, se não há alterações porque foram os pais contactados? E se, como diz a SS, “as amas podem continuar a confecionar refeições”, então é opcional, podem não o fazer, a quem fica o critério? Respostas para as quais, até ao momento, não obtivemos resposta.
Aos pais, e ainda segundo Raquel Gallego, o diretor da Segurança Social terá dito que a decisão de manter tudo igual foi tomada na tarde de quinta-feira – já depois, portanto, de O MINHO ter questionado aquele instituto.
“É uma decisão que não nos deixa completamente descansadas, porque ficou no ar a hipótese de, a qualquer momento, os nossos filhos terem mesmo de ir para as amas com o almoço na marmita”, referiu.
De acordo com os pais, a “proposta” da SS seria a da redução de 25% no valor da mensalidade, deixando as amas de assegurar a refeição.
Como “pretextos”, a SS teria falado em questões de segurança e no cumprimento de uma lei de 2019.
Segundo a presidente da Associação dos Profissionais do Regime de Amas, Romana Sousa, em declarações à Antena 1, refere que esta situação não é novidade, uma vez que em quase todas as regiões do país é assim que funciona desde que a medida foi implementada, em 2019. “Por diferentes razões, as técnicas aceitaram que as amas continuassem a cozinhar, as famílias preferiram assim, e agora, de repente, vêm dizer às famílias que agora têm que levar a alimentação. As famílias não estão a gostar desta nova ideia que não é nova. A prática no país é que as amas não cozinham”, afirmou à rádio pública.
“Não podemos concordar com uma medida que seria profundamente injusta e completamente desadequada. Há crianças cuja única refeição a sério é feita na ama, além de que poderia até haver situações desumanas, de desigualdades gritantes”, disse ainda Raquel Gallego, no protesto esta manhã em Braga.
Os pais prometem estar “vigilantes” e “voltar à luta”, caso a SS decida proibir as amas de confecionar as refeições.