Dois grupos opostos de pais e amigos dos deficientes mentais, cuja sede distrital se situa em Braga, trocaram este sábado acusações mútuas de luta pelo poder, a propósito da posse pela via judicial de dois antigos dirigentes, entre os quais o seu ex-presidente, António Melo.
A situação ocorreu ao final da manhã deste sábado quando elementos da direção que até esta terça-feira ocupavam os corpos gerentes se preparavam para dar uma conferência de imprensa dentro das instalações da Associação Portuguesa dos Pais e dos Amigos do Cidadão Deficientes Mentais (APPACDM), na freguesia de Gualtar, em Braga, mas não foram autorizados pela equipa que agora reassumiu o poder, liderada por António Melo.
Acompanhados dos seus apoiantes, os dirigentes esta semana apeados judicialmente dos seus cargos cuja direção era presidida por Alberto Sousa, falaram aos jornalistas mesmo assim, só que à porta desta instituição, reafirmando “não reconhecer legitimidade” aos ex-dirigentes que voltaram e acusam “não estarem à altura para dirigirem esta casa”, por “falta de competência”, dizendo “estarem a desestabilizar o ambiente nesta instituição”.
“Esta atitude de terem surgido esta semana e de surpresa na sede da instituição foi uma forma prepotente de resolver as coisas, em vez de conversar serenamente connosco, em que a nossa direção ficou de repente desempossada”, conforme destacou Alberto Sousa.
António Melo refutou todas essas afirmações e também as de “procurar protagonismo”, ao ter regressado seis anos depois de ter apresentado a demissão, explicando este que “o Tribunal concedeu-nos razão e a sentença transitou em julgado, há muitos meses, pelo que têm de acatá-la, não há qualquer hipótese para recorrem, daí estarem desesperados”.
Segundo referiu António Melo, “os salários de dezembro serão pagos durante a próxima semana e vamos avaliar a situação dos três ordenados em atraso, relativos a subsídios de Natal, que não tendo sido da nossa responsabilidade, tentaremos resolver, antes de sair”.
António Melo afirmou ainda que “só vamos cumprir o tempo de mandato que nos falta” e reiterou que “não vou candidatar-me a um novo mandato, disso poderão ter a certeza”.