A porta-voz dos pais dos utentes do centro de atividades ocupacionais do Cabedelo, da APPACDM de Viana do Castelo, com fecho marcado para o final do mês, manifestou-se “otimista e confiante” na continuidade da estrutura.
“Ficamos muito mais tranquilos. Saímos desta reunião otimistas e confiantes que o segundo Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) se vai manter aberto no Cabedelo”, afirmou Fátima Sousa no final de uma reunião de quase três horas com diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Viana do Castelo.
Em causa está o protocolo assinado em dezembro de 2013 entre a Segurança Social e a APPACDM, que prevê a abertura de dois CAO, no Cabedelo, com capacidade para acolher 24 utentes cada um.
O primeiro abriu em janeiro de 2014. O segundo, por decisão da instituição, entrou em funcionamento em setembro do mesmo ano, depois de preenchidas as vagas do primeiro, e tem atualmente 14 utentes.
Esta semana a direção Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) anunciou o encerramento daquela estrutura no final do mês alegando “não ter condições para continuar a suportar os custos de funcionamento daquela estrutura, tal como aconteceu nos últimos nove meses, por falta de comparticipação da Segurança Social”.
Hoje mais de 30 pessoas, entre pais, utentes e funcionários deslocaram-se aos serviços locais da Segurança Social para contestar o fecho daquela estrutura.
O diretor distrital, Paulo Órfão, recebeu uma delegação de pais, com quem reuniu quase três horas, tendo no final dirigido algumas palavras aos pais que aguardam no exterior do edifico no sentido garantir que “tudo está a ser feito para encontrar uma solução para resolver o caso daquele equipamento”.
Questionado pelos jornalistas, afirmou que aquele CAO “faz falta no distrito, que há utentes que precisam dele mas é preciso estarem reunidas as condições legais para que possa funcionar”.
“Este equipamento reuniu as condições para se fazer um acordo só este mês. E estamos a trabalhar para que realmente exista o acordo “, frisou Paulo Órfão.
O responsável adiantou que existe “sensibilidade de todas as partes” para manter a estrutura a funcionar mas escusou-se a apontar prazos resolução deste processo.
Segundo a APPACDM, com o encerramento daquele CAO “não haverá respostas disponíveis na área da deficiência no distrito de Viana do Castelo, já que todas as respostas da instituição estão cheias”, referindo-se aos dez CAO que a instituição possui na região.
Aquelas estruturas servem jovens “com mais de 18 anos, oriundos de famílias carenciadas”, que, de acordo com a APPACDM sofrerão “os efeitos colaterais” deste fecho.
Com 43 anos de existência, a instituição tem estruturas espalhadas em sete dos dez concelhos do Alto Minho e dá apoio a cerca de 750 utentes.