Padre sai em defesa de sacerdote acusado de abusos sexuais em Famalicão e diz que é uma “cabala”

“Sempre teve um comportamento corretíssimo”

O padre Manuel Joaquim, da freguesia famalicense de Ribeirão, considera que as acusações de abusos sexuais que recaem sobre o pároco Fernando Sousa e Silva, de Joane, são uma “cabala”. “Sempre teve um comportamento corretíssimo comigo e com os meus colegas”, escreveu Manuel Joaquim, num comentário à publicação no Facebook da Arquidiocese de Braga.

As acusações de abusos sexuais que recaem sobre o padre de Joane, freguesia de Famalicão, foram conhecidas através de investigações jornalísticas publicadas nas últimas semanas. Em causa estarão abusos praticados durante décadas pelo padre Fernando Sousa e Silva, agora com 90 anos.

Manuel Joaquim saiu em defesa do sacerdote que “conhece desde o 6.º ano do seminário” e que “sempre teve um comportamento corretíssimo”. De acordo com os relatos das vítimas, os abusos terão sido praticados durante o ‘confesso’, contudo Manuel Joaquim realça o zelo do colega de profissão. “Sei do cuidado que ele sempre teve no atendimento no confessionário. Como é possível inventar esta cabala?”, comentou Manuel Joaquim, no Facebook.

Comentário do padre Manuel Joaquim em publicação da Arquidiocese de Braga no Facebook

Em comunicado, a Arquidiocese de Braga pediu “perdão” pelos alegados abusos sexuais imputados ao cónego Manuel Fernando Sousa e Silva em Joane, Famalicão, adiantando que em julho de 2022 foram impostas “medidas disciplinares” ao sacerdote.

O padre de Ribeirão contestou a tomada de posição da Arquidiocese. “Como é possível que a nossa arquidiocese receba como provado e divulgue isto sem haver certeza comprovada? Como é possível que a nossa arquidiocese trate assim um sacerdote? Estamos à mercê de qualquer artista disposto a desfazer uma pessoa! Quem nos poderá defender”, concluiu.

De acordo com a Arquidiocese de Braga, a instituição instou o suspeito a se “abster de exercer publicamente o seu ministério sacerdotal e, de modo particular, a celebração pública dos Sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, devendo recolher-se num clima de oração, reflexão e penitência”.

“É com dor e sofrimento que a Arquidiocese de Braga tem vindo a acompanhar, nestes últimos dias, através da comunicação social, o relato de homens e mulheres vítimas de abusos por parte do Cónego Manuel Fernando Sousa e Silva”, refere o comunicado.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x