O padre encontrado morto esta terça-feira, em Terras de Bouro, no Gerês, tinha sido denunciado por assédio sexual, segundo avança o jornal Observador.
As denúncias foram feitas à Arquidiocese de Évora, em relação ao sacerdote, natural de Ponte da Barca.
Tal como O MINHO noticiou em primeira mão, o padre, José António Gonçalves, de 57 anos, foi encontrado já sem vida, ao início da noite de terça-feira, na Barragem de Vilarinho da Furna, freguesia de Campo do Gerês, concelho de Terras de Bouro. Terá cometido um suicídio.
De acordo com uma notícia avançada pelo Observador, o padre minhoto “tinha sido alvo de uma denúncia por assédio, de um adulto vulnerável nas redes sociais”, citando uma fonte da Arquidiocese de Évora, sendo a primeira denúncia sobre o sacerdote.
O arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, antigo bispo auxiliar de Braga, terá recebido, uma família em audiência, de acordo com a qual, denunciou o padre por suspeitas de assédio digital, via ‘chat’ de redes sociais, de um adulto vulnerável.
Segundo as mesmas denúncias, o sacerdote “terá mantido uma conversa imprópria” com o “adulto vulnerável”, até que no mesmo dia, ao fim da tarde, o padre José António Gonçalves foi encontrado morto junto à eclusa ecológica da barragem.
“Esta foi a primeira queixa formalizada contra este padre junto da Igreja, não havendo registo nos arquivos da diocese ou nos testemunhos feitos à Comissão Independente que estudou os abusos na Igreja nas últimas décadas de qualquer queixa semelhante”, segundo é noticiado pelo Observador, relacionando diretamente as denúncias com a morte do sacerdote católico.
José António Gonçalves era pároco de Santiago de Rio de Moinhos, no concelho de Borba, do Alto Alentejo, tendo sido logo encontrado morto em Terras de Bouro, já ao princípio da noite de terça-feira, perto do local onde se encontrava a passar férias.
D. Francisco Senra Coelho, recorde-se, tem sido dos bispos que mais tem clamado contra os crimes sexuais no seio da Igreja Católica, tendo mesmo anunciado que teria “tolerância zero” em relação a qualquer caso de assédios e abusos na arquidiocese.
Linhas de apoio
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