O padre Guilherme Peixoto, natural de Guimarães, vai ser o DJ oficial da “Sexta-feira 13” em Montalegre, na “noite das bruxas”, com a atuação a ter início a partir da meia-noite. Este ano, e após interregno por causa da pandemia, a organização espera receber milhares de pessoas na retoma desta tradição transmontana.
No programa hoje revelado pela autarquia, salta à vista a atuação do ‘padre DJ’, que exerce na paróquia de Laúndos, na Póvoa de Varzim, e tornou-se conhecido do grande público pelas atuações como DJ, sobretudo durante a pandemia e através das redes sociais.
Para além do prelado, que atua a partir da meia-noite no Castelo de Montalegre, palco principal das festividades, também os Virgem Suta vão dar o ar de sua graça, desta vez na Praça do Município.
As festas arrancam a partir das 13:13 (hora simbólica), com animação de rua, música tradicional, desfile dos Caretos de Podence e espetáculos de fogo.
Pelas 23:00 horas, tem início o espetáculo “A besta e a donzela”, bem como um espetáculo piromusical, onde a música é conjugada com o fogo-de-artifício. A partir das 21:00, há música que ficou no imaginário coletivo, com a iniciativa “Back to the hits”, na Praça do Município
O ponto alto continua a ser protagonizado pelo padre António Fontes, a quem caberá fazer a tradicional queimada, uma bebida feita à base de aguardente, limão, maçã, canela e açúcar e que “esconjura todos os males”.
O espetáculo principal está a cargo do ‘bruxo’ Queiman e da sua equipa, que traz um misto de “monstros, damas e princesas” que vão “debater o bem e o mal que sempre estão em jogo nesta noite de superstição”.
Pelas ruas, haverá espaços de promoção e de degustação dos produtos locais, como o presunto e os vinhos.
“É o evento que mais rápido tem um retorno devido à sua dimensão e à concentração de milhares de pessoas numa tarde e numa noite, afirmou David Teixeira, vice-presidente da Câmara de Montalegre, em declarações à agência Lusa.
E o impacto, frisou, sente-se na restauração, comércio e alojamento.
O autarca disse que, “felizmente”, o alojamento em Montalegre já está “lotado”, salientando que há cerca de 400 camas espalhadas pelo concelho.
Também, acrescentou, os municípios vizinhos de Chaves e Boticas estão “com muitas reservas já efetuadas”.
David Teixeira afirmou que estudos realizados antes da pandemia apontavam para um movimento económico de “mais de um milhão de euros” nos fins de semana correspondentes às sextas13.
Por causa da pandemia e também devido a uma preocupação ambiental, a organização vai voltar a implementar o uso do “copo único”, que poderá ser adquirido e depois usado pelo resto da noite, evitando o uso dos copos plásticos.
“Será também criada uma circulação com sentidos únicos para que as pessoas não tenham que se cruzar e possam percorrer os diferentes pontos de interesse, que serão aumentados para que o público se disperse mais”, apontou ainda.
Também por precaução, o município cancelou os ateliers de caracterização, de por exemplo, pinturas faciais, que eram muito procurados pelos visitantes.
A “noite das bruxas” é festejada desde 2002, em todas as sextas-feiras 13, e tornou-se numa das bandeiras de Montalegre e “num peso pesado” na promoção deste município do distrito de Vila Real.