Já há dados para os avistamentos de supostos Objetos Voadores Não Identificados (OVNI) durante o ano de 2024 em Portugal, com o número a aumentar dos 33 sinalizados durante o ano de 2023 para 54 no ano transato. Em 2022 foram 31 ocorrências e em 2021 foram 19 os avistamentos. Os dados constam no “Relatório Anual Estatístico de Ocorrências de Fenómenos Aeroespaciais em Portugal” para 2024. No Minho, foram registrados dois avistamentos no distritos de Viana do Castelo e sete no de Braga.
O trabalho é do Centro de Investigação de Fenómenos Aeroespaciais (CIFA), com sede em Vila do Conde, no distrito do Porto, que integra um grupo de investigadores, cientistas e civis de diferentes pontos do país, que recolhem e analisam dados para, de forma precisa e com consulta das fontes oficiais, tentarem explicar os avistamentos.
Em declarações a O MINHO, o presidente do CIFA, Vítor Moreira, adiantou, que “de forma geral, este tipo de manifestações é explicado através do seu enquadramento numa diversificação de fenómenos, tais como, raios-bola (raios globulares), planetas, satélites no seu posicionamento, meteoros, drones, aves selvagens, aviões, etc, sendo todos estes inseridos na designação de FI (Fenómenos Identificados).
De resto, no relatório composto por 33 páginas, dá-se ênfase a fenómenos que mantêm erros de interpretação pela população, nomeadamente balões e drones. Sete dos fenómenos não foram classificados por não existir informação consistente por parte de quem avistou. Um desses casos é em Braga.
Drones e balões em Braga
Duas das ocorrências foram registadas entre os dias 12 e 15 de setembro em Nogueiró, concelho de Braga, mas não há registo fotográfico. No primeiro caso, pela descrição da testemunha, que relata um “fenómeno sem brilho com movimento em linha recta e com mudança de trajetória”, os investigadores concluíram tratar-se de uma aeronave não tripulada (Drone), mas cuja origem não foi confirmada.
Já no dia 15, uma testemunha indica ter visto uma luz branca no firmamento, mas sem registo fotográfico ou qualquer outra informação, esta ocorrência carece de mais investigação, por falta de mais dados para avaliação. Contudo, está descartado tratar-se de algum fenómeno inexplicável.
Também em Braga, no dia 14 de agosto, um fotógrafo amador registou “várias luzes brancas em formação”, situação que foi explicada neste relatório como sendo “balões LED sem origem determinada”.
No dia 13 de junho, novamente em Braga, um vídeo mostra vários pontos de luz, mas não existe qualquer narrativa a acompanhar o mesmo, pelo que a ausência de dados não possibilitou uma avaliação consistente, podendo tratar-se de balões ou projeções laser, por exemplo.
Em Adaúfe, concelho de Braga, no passado dia 13 de março, uma testemunha observou do seu terraço um avião comercial que, ao seu lado, teria um fenómeno suspeito, metálico que não refletia a luz solar. No entanto, na fotografia enviada ao CIFA, não é possível vislumbrar nenhum objeto. Contudo, afirma o centro de investigação, tudo indica que se trata de um balão de modelo não especificado.
OVNI’s no Alto Minho
No Alto Minho ocorreram dois fenómenos que foram avaliados pelo CIFA. Um, datado de 26 de abril, em Correlhã, Ponte de Lima, mostra uma fotografia do céu com um “fenómeno escuro com forma suspeita”.
De acordo com o CIFA, trata-se de uma ave selvagem. O critério de análise incidiu sobre a “velocidade do fotograma na abertura do obturador e ISO”, explicando por isso “naturalmente” a ocorrência.
Já no dia 24 de março, pelas 20:30, uma testemunha realizou um video da varanda da sua casa onde captou um ponto luminoso com várias evoluções no firmamento sobre a vila de Arcos de Valdevez.
De acordo com o CIFA, “após perícias realizadas das imagens”, veredicto é de que se tratava de “uma aeronave não tripulada (Drone), sem origem confirmada”.
Esposende com um caso explicado e outro que deixa dúvidas
Em Esposende foram registados dois casos. Um, ocorrido a 12 de abril, pelas 21:30, é relatado um fenómeno luminoso no céu durante 15 minutos. A testemunha filmou a ocorrência em Belinho, a partir do seu local de trabalho.
Conduto, por não haver mais dados, o CIFA não conseguiu avaliar com certeza do que se trata, pelo que foi catalogado como “informação inconsistente”, não sendo permitida uma “avaliação sumária”, mas descartou a hipótese de se tratar de um fenómeno inexplicável.
Outro caso ocorrido em Esposende, desta vez na freguesia de Gandra, em 07 de abril, um astrofotógrafo captou um “artefacto suspeito em passagem na sua zona de residência”. A conclusão do CIFA é tratar-se de um saco de plástico.
Apesar da falta de informação em alguns dos casos, o CIFA conclui que “não existe um registo de ocorrência que possa ser considerado como provável fenómeno aeroespacial desconhecido ou fenómeno aéreo não identificado em território nacional”.
