A Ordem dos Médicos promove na quarta-feira, em Braga, uma campanha de sensibilização sobre a violência contra os profissionais de saúde, uma problemática que em 2020 registou dois episódios por dia em Portugal, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a Ordem dos Médicos (OM) refere que a iniciativa tem como mote “Respeito por quem protege” e decorrerá no Hospital de Braga e na Escola de Medicina da Universidade do Minho.
A OM sublinha que, nos últimos tempos, a violência contra profissionais de saúde em Portugal “tem aumentado substancialmente”.
Segundo números da Ordem, em 2020 foram registados 825 episódios no sistema de notificações de violência contra os profissionais de saúde.
“Ou seja, em ano de pandemia foram agredidos dois profissionais de saúde diariamente”, acrescenta.
Em 2019, tinham sido registadas 950 denúncias.
“Mas existem muitas outras situações que não são denunciadas”, frisa a OM, adiantando que não são apenas médicos e enfermeiros os alvos da violência, mas também os assistentes técnicos, os assistentes operacionais, os técnicos de diagnóstico e terapêutica e os assistentes sociais.
As formas de violência mais comuns são a agressão verbal, as injúrias e as ofensas, que representam mais de 60% das denúncias.
Seguem-se a violência física (13%), a violência patrimonial e “alguns casos de assédio”.
Na ação de quarta-feira, organizada pelo Conselho Sub-Regional de Braga da OM e pelo Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho, serão distribuídos por médicos e alunos, no Hospital de Braga, folhetos alusivos ao tema.
De tarde, na Escola de Medicina da Universidade do Minho, haverá uma conferência com três sessões temáticas: “Violência contra profissionais de Saúde em Portugal, “Como agir perante uma situação de violência contra um profissional de saúde?” e “A perspetiva jurídica da violência contra os profissionais de saúde”.
A OM lembra que a 02 de março de 2020, no mesmo dia em que a covid-19 “chegou” a Portugal, começou a funcionar o Gabinete de Segurança para a Prevenção e Combate à Violência contra os Profissionais de Saúde.
“Importa que cada episódio de violência seja abordado como um acontecimento de elevada importância, devendo ser analisado segundo uma metodologia previamente definida e que conduza a medidas que minimizem as consequências da violência e previnam episódios futuros, atuando sobre as causas”, defende a Ordem.
Diz ainda que deve ser criado nas instituições de saúde “um ambiente de erradicação do problema e de apoio e suporte às vítimas de violência”.
“Qualquer episódio de violência deve ser registado, ter uma avaliação aprofundada e levar à tomada das medidas consideradas necessárias”, remata.