País
Ordem diz que afirmação de ministra de que não faltam médicos no Algarve é “falsa”
Ordem dos Médicos
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A Ordem dos Médicos disse hoje que é “falsa” a afirmação da ministra da Saúde de que não há falta de médicos no Centro Hospitalar Universitário do Algarve, denunciando que faltam clínicos nas escalas para as próximas semanas.
“Não me parece que haja falta de médicos no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve nem nos Hospitais da Universidade de Coimbra. Os números são públicos sobre aquilo que são os profissionais de saúde que existem no Serviço Nacional de Saúde e concretamente nesses hospitais”, afirmou a ministra Marta Temido aos jornalistas, na sexta-feira, em Barcelos, distrito de Braga, em reação a informações sobre riscos de falência das urgências daqueles hospitais.
“Perante esta afirmação falsa, a Ordem dos Médicos [OM] não podia deixar de repor a verdade. Até porque o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, esteve, na quinta-feira, no Hospital de Faro (Centro Hospitalar Universitário do Algarve, CHUA), onde há poucos dias a urgência foi assegurada com um único cirurgião e onde as escalas das próximas semanas têm períodos sem nenhum médico”, reagiu a OM, em comunicado hoje divulgado.
Na sexta-feira, a ministra da Saúde referiu ainda que, no caso do CHUA, as escalas deste mês “estão completas” e que, se for necessário e as equipas internas sentirem incapacidade de fazer mais trabalho extraordinário, há equipas alternativas.
A nota da OM sustenta que “os problemas relatados foram transversais a várias especialidades e, mesmo assim, há médicos que querem entrar para o quadro do CHUA e que aguardam concurso ou autorização do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças há longos meses”.
A Ordem dos Médicos “lamenta” que Marta Temido “esconda a realidade do Algarve”.
“De acordo com os números da própria Administração Central do Sistema de Saúde, que constam do último balanço social publicado, o CHUA é o centro hospitalar do país com maior volume de horas de prestação de serviços médicos, com 238.706 horas em 2018. Na despesa com a prestação de serviços médicos, o CHUA volta a ocupar o primeiro lugar, com 8,3 milhões de euros”, sublinha a OM.
Além disso, salienta o comunicado, “os médicos fizeram ainda 223.348 horas extraordinárias em 2018, um aumento de 8% em relação a 2017”, acrescentando que “a região tem 2,4 médicos por 1.000 habitantes, só o Alentejo tem menos, e a média nacional é de 2,9 no Serviço Nacional de Saúde”.
“Se estes números não são suficientes para a ministra da Saúde reconhecer a grave carência que afeta o Algarve e que deveria ser prioridade nacional, convém então que a tutela explique tempos de espera inaceitáveis, que deixam as pessoas sem acesso a cuidados de saúde em tempo adequado”, refere o bastonário da Ordem dos Médicos, citado na nota.
Miguel Guimarães destaca que, no Algarve, um doente tem de esperar, por exemplo, quase 1.400 dias por uma consulta prioritária de ortopedia, enquanto no caso da pneumologia são necessários 718 dias, na urologia 663 e na neurocirurgia 269.
Segundo o bastonário dos médicos, para as cirurgias “o cenário não é melhor”, com esperas de 248 dias para neurocirurgia, 195 dias para oftalmologia, 185 dias para otorrinolaringologia, 160 para urologia, e 132 dias para ortopedia.
“Chega de tentar iludir os cidadãos através da propagação de falsas notícias. Se, em vez de negar a realidade, a tutela assumisse os problemas existentes, o SNS e os seus profissionais sentir-se-iam, pelo menos, mais respeitados”, lê-se no comunicado da Ordem dos Médicos.

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A empresa biotecnológica norte-americana Moderna anunciou hoje que a sua vacina contra a covid-19 mantém a eficácia contra as variantes britânica e sul-africana do novo coronavírus, consideradas mais contagiosas.
Em comunicado, que cita resultados preliminares, a Moderna sustenta que a sua vacina “mantém atividade neutralizadora” para as variantes do SARS-CoV-2 com origem no Reino Unido e na África do Sul, e já detetadas em Portugal.
Segundo a empresa de biotecnologia, “é esperado que o regime de duas doses” da vacina “proteja contra as estirpes emergentes detetadas até à data”.
O comunicado refere que, em relação à variante britânica, não foi verificado “nenhum impacto significativo nos títulos [níveis de anticorpos] neutralizadores”.
Quanto à variante sul-africana, “foi observada uma redução de seis vezes nos títulos neutralizadores”, mas tais níveis “permanecem acima” dos que “se espera que configurem uma proteção”.
A Moderna adianta, porém, que, “por precaução”, está a desenvolver uma “variante de reforço” da sua vacina contra a estirpe sul-africana e que irá testar “uma dose adicional de reforço” da vacina para avaliar “a capacidade de aumentar ainda mais os títulos neutralizadores contra estirpes emergentes”.
Os resultados hoje divulgados, que carecem ainda de revisão pelos pares para efeitos de publicação científica, foram obtidos a partir de um estudo ‘in vitro’ que analisou, a partir de soro sanguíneo humano e de macacos, a capacidade da vacina de induzir a formação de anticorpos neutralizadores potentes contra as duas variantes.
Tanto as pessoas, oito ao todo, com idades entre os 18 e os 55 anos, como os macacos foram inoculados com duas doses (as recomendadas) da vacina da Moderna contra a covid-19.
O trabalho foi feito pela empresa de biotecnologia em colaboração com o Centro de Investigação de Vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, nos Estados Unidos.
“Estamos entusiasmados com estes novos dados, que reforçam a nossa confiança de que a vacina da Moderna contra a covid-19 deve trazer proteção contra estas novas variantes detetadas”, disse, citado no comunicado, o patrão da Moderna, Stéphane Bancel.
Covid-19: Quase todos os concelhos do Minho em risco extremo (só escapam dois)
A vacina contra a covid-19 da Moderna foi aprovada, para uso condicionado, na União Europeia no início de janeiro. Portugal recebeu as primeiras 8.400 doses desta vacina em meados do mesmo mês.
A pandemia da covid-19 já provocou pelo menos 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 10.721 pessoas dos 643.113 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.
País
Portugal nos países com percentagens mais baixas de população alcoolizada
Cada britânico “embebeda-se fortemente” em média 33 vezes por ano

O Reino Unido lidera a tabela com maior taxa de população alcoolizada do mundo, enquanto Portugal, Espanha e Colômbia têm as percentagens mais baixas entre os 25 países considerados no relatório da Global Drugs Survey (GDS) hoje divulgado.
No inquérito, feito a mais de 100.000 pessoas de 25 países de todo o mundo entre novembro e dezembro de 2019, antes da pandemia de covid-19, as regiões britânicas da Escócia e da Inglaterra são apresentadas com taxas de alcoolismo que superam em mais de dobro as bebedeiras “graves” em países como Portugal, Espanha e Itália.
Escoceses e ingleses assumem ter-se embebedado “gravemente” até verem afetadas as suas faculdades físicas e mentais, bem como até “chegar a perder o equilíbrio e uma fala racional”, uma média de 33 vezes por ano, o que representa a taxa mais alta entre os 25 países analisados pela empresa de investigação independente.
A zona sul da Europa conta com os dados mais baixos em relação a bebedeiras “fortes”, liderada por Portugal, Itália e Espanha, com uma média de 14 intoxicações alcoólicas “sérias” por ano.
A investigação da GDS analisou o consumo internacional de álcool e de drogas.
O álcool lidera com 94% de consumidores em 2019, seguido pela canábis (64%) e pelo tabaco (60,8%).
A droga menos consumida internacionalmente foi a heroína que, no entanto, é a que mais obrigou a recorrer a tratamento médico de urgência, com mais de 12% da população mundial a necessitar de assistência médica devido ao consumo.
Embora a droga menos consumida internacionalmente seja a heroína, é, no entanto, a que mais necessita de tratamento médico emergencial, com mais de 12% da população mundial a necessitar de uma intervenção médica em decorrência do seu consumo, segundo o estudo.
No relatório é justificado que a posição do Reino Unido na liderança dos países com maior taxa de população alcoolizada se deve a uma “questão cultural”, explicou Adam Winstock, fundador da GDS, com sede em Londres.
“[Os escoceses e os ingleses] veem o álcool como a única forma de diversão e nunca adotaram uma moderação no que respeita à bebida. Muitas outras culturas consideram o álcool como um acompanhamento no evento social e desaprovam a embriague em público. Mas nós, abraçamos frequentemente a bebida como uma identidade cultural”, acrescentou Winstock no estudo.
Noutra investigação realizada pela mesma organização, mas já em 2020, revela que 48% dos britânicos inquiridos afirmou ter bebido mais desde o início da pandemia de covid-19.
Mais de 5% dos menores de 25 anos britânicos também declararam ter procurado tratamento hospitalar depois de se embriagarem, número significativamente maior do que a média mundial, de 2%.
A GDS advertiu para o “perigoso problema” que o consumo de álcool representa para o Reino Unido, que é maior do que qualquer outra droga.

Quase 70% dos concelhos portugueses estão em risco extremo devido ao número de casos de covid-19, tendo registado uma taxa de incidência acumulada superior a 960 por 100 mil habitantes, entre 05 e 18 de janeiro, segundo dados oficiais.
De acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), estão neste patamar 215 dos 308 concelhos portugueses (69,8%).
Na última análise, divulgada a 18 de janeiro, existiam 155 concelhos nestas condições, número que era quase o triplo do verificado na análise anterior.
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