Em dia que se previa de festa nos Paços do Concelho de Ponte da Barca, com o hastear das bandeiras para assinalar o Dia do Município, a oposição socialista fez-se ouvir contra o novo regimento das reuniões de executivo municipal. Presidente da Câmara reeleito pelo PSD diz que esta manifestação foi feita por existir “mau perder” no PS local.
A marcha “Luto pela Democracia” tem como um dos organizadores José Machado, mandatário da Juventude na candidatura do PS nas últimas autárquicas, onde saiu derrotado com 3.737 votos (frente aos 3.891 do PSD). O opositor considera que, com as novas regras para as reuniões, os vereadores deixam de poder contrargumentar as decisões do presidente da Câmara.
Em declarações à rádio Barca FM, José Carvalho diz-se surpreendido por “em pleno século XXI”, existir um “regimento de opressão”, mas manifestou agrado por ver “tantas pessoas revoltadas”, referindo-se às dezenas de presentes no protesto, assegurando que estas ações “são para manter”.
“Não é com gosto que saímos à rua, mas sim por necessidade e iremos sair quantas vezes forem precisas até que se faça justiça em Ponte da Barca”, disse, citado pela rádio.
Aos jornalistas, o presidente da Câmara reeleito, Augusto Marinho, considerou normal existirem manifestações em democracia, mas considerou anormais os fundamentos da mesma. O edil explicou, citado pela Barca FM, que “o regimento é um conjunto de regras com que vamos orientar as reunião do executivo”, que são “reuniões de trabalho e não momentos de auto promoção”.
“Não há nenhum ponto do regimento que não cumpra a lei”, considerando que o mesmo “foi criado para melhorar a eficácia das reuniões e o que os barquenses querem é que as reuniões resolvam os seus problemas”, e teve por base uma “minuta da Associação Nacional de Municípios, que certamente cumpre a lei”.
Augusto Marinho considerou ainda como “estranho” os elementos da manifestação serem “maioritariamente, senão todos”, elementos das listas do PS que concorreram nas eleições de 26 de setembro. “Revela mau perder”, acusou.
Um dos pontos da discórdia no novo regimento passa pela impossibilidade de discutir questões técnicas durante a reunião de executivo. De acordo com a governação barquense, os vereadores passam agora a poder requerer documentação “na tarde anterior à reunião”, de forma a entender e preparar o que vai ser debatido nas reuniões.