Os vereadores da oposição na Câmara Municipal de Braga acusaram hoje o executivo de maioria PSD/CDS-PP/PPM, liderada por Ricardo Rio, de usar os custos com o Estádio Municipal para “justificar graves questões” de tesouraria e liquidez, apresentando números “que não batem certo”.
Na reunião do executivo, que hoje teve lugar na Associação Comercial de Braga, o Estádio Municipal, construído para o Euro 2004 mas com as contas “ainda” por finalizar, foi novamente tema, com o vereador da CDU a defender “outras utilizações” para o equipamento além de receber os jogos do Sporting Clube de Braga.
Em resposta, o presidente da autarquia lembrou que aquela infraestrutura custa aos cofres do município 7,5 milhões de euros por ano e que, estando inicialmente orçada para 65 milhões de euros, “caminha para os 180 milhões de euros”, tendo em conta as várias derrapagens, indemnizações ao consórcio construtor, juros e custas judiciais.
“Os nossos números não batem certo com os da câmara, que não batem certo com comentadores de rádio. Convinha que tivéssemos uma linha única de discussão. Existe uma dívida curta e que é enquadrável no orçamento da câmara e não é por aí que a câmara pode justificar as graves questões de liquidez e tesouraria”, acusou o líder da oposição socialista, Artur Feio, no final da reunião, em declarações aos jornalistas.
Do lado da CDU, Carlos Almeida, único vereador eleito por aquela coligação, queixou-se da “demora e falta” de resposta do executivo sobre os custos do Estádio Municipal.
“Passaram sete meses desde que fiz uma questão diretamente ao executivo e o senhor presidente diz que tem um dossiê. Eu aguardo, mas parece-me incompreensível que durante este período não se dê respostas a um vereador que submete uma pergunta, mas que continuem a aparecer números”, disse.
Além disso, o vereador comunista apontou que “podia ser dado outro uso” ao equipamento.
Em resposta, o presidente da autarquia garantiu que quer “prestar a informação mais rigorosa possível”, apontando que anualmente a autarquia gasta 7,5 milhões de euros com o estádio, “um desperdício de recursos financeiros absolutamente exagerado” com um equipamento.
Ricardo Rio disse que com pouco mais podia “requalificar dois mercados municipais” por ano.