Onda solidária no Alto Minho para ajudar a reconstruir o que o fogo destruiu

Mais de 7.500 hectares de floresta ardida, no PNPG, em Ponte da Barca
Onda solidária no alto minho para ajudar a reconstruir o que o fogo destruiu
Incêndio em Ponte da Barca. Foto: Ivo Borges / O MINHO / Arquivo

Após o devastador incêndio que destruiu mais de 7.500 hectares de floresta do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), no concelho de Ponte da Barca, várias pessoas e entidades meteram mãos à obra e uniram-se em torno de causas solidárias, para ajudar a reconstruir o que o fogo destruiu em oito dias.

Em Arcos de Valdevez, terra vizinha e que partilha águas e pontes, um grupo de cidadãos criou um Movimento Solidário para “apoiar os agricultores” barquenses.

O grupo de voluntários, que inclui o atual candidato à presidência da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, Adelino Esteves, pretende “angariar fundos e recursos para a compra de ração e feno, essenciais para alimentar os animais que ficaram sem pasto”.

Para este Movimento, “muitos agricultores viram a sua principal fonte de alimento para o gado desaparecer, colocando em risco não só a saúde dos seus animais, mas também a subsistência das suas famílias e a economia local”.

Por isso,  apelam “à solidariedade de toda a comunidade, empresas e instituições para que se juntem a esta causa, seja através de donativos financeiros, doação de materiais ou divulgação do movimento”.

“Toda a ajuda é fundamental para garantir que os agricultores possam ultrapassar este momento crítico”, consideram.

Quem puder pode ajudar através do “email [email protected], do telefone 964 435 693 ou 961 310 340, ou donativos através do Mbway para os números indicados”.

Ordem dos Veterinários apela à ajuda de todos 

A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) também não ficou indiferente e lançou uma campanha para angariação de bens alimentares para os animais.

“No seguimento dos incêndios que devastaram várias freguesias do concelho de Ponte da Barca, vários produtores animais enfrentam sérias dificuldades para garantir a alimentação dos seus animais”, atestam.

Segundo OMV, o “Médico Veterinário Municipal em conjunto com os produtores de três freguesias afetadas, identificaram cerca 350 bovinos e pequenos ruminantes que viram o seu alimento destruído”.

Para fazer face à necessidade urgente, a OMV “irá de forma imediata doar 6800 kg de feno”, e faz, ainda, um apelo urgente à doação “de feno ou ração para ruminantes (em sacos de 20 kg)”.

“Em último caso, donativos em dinheiro para a aquisição de alimento. A intenção de ajuda/donativo deverá ser enviada para o email [email protected]”, revela.

“Esta é uma altura de dificuldades concretas, que exige uma resposta rápida e coordenada. A OMV está empenhada em apoiar os médicos veterinários e produtores no terreno e apela a todos os que possam contribuir para garantir o bem-estar dos animais afetados por esta emergência”, 

Presidentes de junta, população, produtores e voluntários juntos na recuperação

Para além dos movimentos oficiais de apoio, existem ainda várias pessoas anónimas, onde se incluem autarcas de junta de freguesia, populares, produtores e voluntários, que de forma gratuita e altruísta, têm percorrido os campos agora transformados em cinza para deixar ração e água aos animais.

Uma onda espontânea e solidária, que tem unido todos na defesa do que ainda resta: os animais, as pessoas e as casas. 

E juntou forças para recuperar o que foi perdido – uma imensa manta verde, ex-libris de um concelho integrado no Parque Nacional da Peneda Gerês, único no país.

 
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