Olga Pereira, vereadora em Braga: “Este executivo traduz competência, rigor e proximidade”

Entrevista

Três perguntas a Olga Pereira, vereadora da maioria PSD/CDS na Câmara de Braga: há projetos que têm um horizonte de execução que vai para lá deste mandato (Parque das Sete Fontes, Nó de Infias, S. Geraldo) e novas ambições que serão a seu tempo anunciadas.

A autarca do PSD gere os pelouros da Administração Municipal; Recursos Humanos; Gestão e Conservação de Equipamentos Municipais; Habitação; Polícia Municipal. 

O ano de 2020 foi complicado para todo o país e também para os Municípios… Como valora a gestão municipal no ano transato e no que vai de mandato?

O ano de 2020 foi um ano atípico para todos nós, com um sem número de particularidades pessoais, mas para os municípios foi um grande desafio.

No âmbito dos pelouros que tutelo a situação também se refletiu de forma muito exigente, na medida em que se pedia uma resposta ao desconhecido. Foi, e continua a ser, um teste duro à nossa resiliência e capacidade de adaptação ao inesperado. Exigiu muita disponibilidade de todos.

Como toda a Administração tem origem nos recursos humanos, o processo começou a partir daqui. Houve necessidade de adotar novos métodos de trabalho para parte significativa dos colaboradores do município, conjugando soluções de teletrabalho, equipas em espelho, flexibilização de horários e serviços de suporte em permanência. Tudo isto, num período em que, como todos os portugueses, também os nossos colaboradores sofreram com a Pandemia. E nem sempre foi fácil, perante cenários e interpretações jurídicas nem sempre definidas com clareza. A realidade antecipou-se muitas vezes á regulamentação.

Digitalização: desafio vencido

Na CMB vencemos este desafio da digitalização com enorme disponibilidade dos nossos colaboradores, situação que nem sempre é reconhecida. Há uma crítica fácil à Administração Pública. Veja-se, a título de exemplo, a simples restrição ao atendimento presencial que obrigou a uma marcação prévia, nem sempre percebida como forma de evitar ajuntamentos e como medida de proteção dos cidadãos. À Administração Municipal coube responder a todas estas novas necessidades e encontrar soluções compatíveis. Ter grande parte dos recursos humanos em teletrabalho exigiu muitos dos sistemas de suporte, que foram um lubrificante para manter todo o sistema a funcionar sem entrar em rotura. Os sistemas de informação são naturalmente referidos neste esforço, mas não podemos esquecer que na fase de pandemia os serviços de limpeza foram fundamentais. As normas sanitárias obrigaram-nos a reforçar a higienização dos serviços e equipamentos. À administração coube também, ser expedita em contratações de respostas à pandemia. Tudo isto com a necessidade de reajustar orçamentos, prever novas despesas e precaver a perda de receitas. O esforço dos serviços foi compensado. Conseguimos renovar a certificação de Qualidade.

Na Gestão e Conservação de Equipamentos Municipais tínhamos a obra de requalificação do Mercado Municipal em curso que sofreu grandes atrasos pelos efeitos do primeiro confinamento. Mas estávamos também a preparar outras intervenções (São Geraldo, Francisco Sanches, instalações para Proteção Civil e Polícia Municipal, passagem da gestão da Central de Camionagem para o município, etc.) que também foram afetadas e viram os seus projetos atrasados.

Plano de Habitação

Na Habitação, todo o processo de diagnóstico das necessidades e o estabelecimento do Plano Local de Habitação foi prejudicado. Já não bastando a dificuldade de o realizar num período em que os dados estatísticos dos Censos se encontravam desatualizadas, adicionamos todas as dificuldades das diferentes restrições que atravessamos, a que se somou uma incerteza sobre os níveis de financiamento das políticas de habitação.

A Polícia Municipal foi convocada para funções diferentes e num ano de profundas mudanças internas soube responder com distinção. Pela sua visibilidade em 2020, a Polícia Municipal é hoje percebida como muito diferente e isso deve-se em muito à forma como soube responder aos desafios recentes. Exigiu muito de cada um dos Agentes Municipais, mas também lhes deu outra perspetiva da missão. O reforço da sua hierarquia foi fundamental, mas noto que a forma como corporação respondeu e como foi reconhecida, nomeadamente pela população e ao nível da regulamentação dos estados de emergência, lhes deu um grande estímulo no reforço da sua autoestima.

O que pensa poder executar do Plano de Atividades apresentado para 2021 nos pelouros que gere?

Nesta fase não temos qualquer revisão do nosso plano de atividades.

É natural que este novo confinamento tenha implicações no planeamento realizado, como teve, designadamente no plano micro, como a animação prevista para o Mercado Municipal, o ritmo da passagem da gestão do CCTB- Centro Coordenador de Transportes de Braga (antiga Central de Camionagem) para o município, etc., mas estamos a avaliar as implicações presentes e futuras. Temos bons desafios e o ritmo de trabalho continua a ser intenso. O PRR é um desafio enorme em que estamos a trabalhar em várias frentes, com particular incidência na Habitação. O motivante destas funções é que não existem dois dias iguais. Há sempre um novo desafio. Diria que, de forma pessimista, há quem lhes chame problemas. Eu prefiro olhar para eles como novas oportunidades.

O ano que agora começa será de eleições autárquicas… Quais os objetivos da Coligação Juntos por Braga? Gostaria de voltar a integrar a lista de Ricardo Rio? Que proporia ao eleitorado?

O desempenho de funções de vereadora tem sido simultaneamente um desafio e uma realização. Trabalhar com o presidente Ricardo Rio e servir Braga nestas funções é um prazer, assim como já o era nas funções que exercia anteriormente. O presidente escolherá a equipa com toda a liberdade no momento que considerar oportuno.

Quanto ao projeto futuro, este Executivo está prestes a completar dois mandatos com trabalho e créditos firmados, reconhecidos pela esmagadora maioria dos bracarenses (e não só). Há políticas que embora em velocidade cruzeiro têm que ser continuamente renovadas para assegurar o mesmo nível de sucesso, há projetos que têm um horizonte de execução que vai para lá deste mandato (Parque das Sete Fontes, Nó de Infias, S. Geraldo) e há novas ambições que serão a seu tempo anunciadas.

Sem falsas modéstias, este Executivo traduz um capital de competência, rigor e proximidade que tem sido merecedor da aprovação e da confiança dos Bracarenses e estou certa que essa relação se vai fortalecer.

 
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