Em entrevista a O MINHO, o vereador bracarense João Rodrigues diz que “em 2021 a escolha dos bracarenses é de enorme responsabilidade, mas simples, ao mesmo tempo: em benefício do primeiro, Ricardo Rio e Hugo Pires representam dois caminhos diametralmente opostos”. Falou ainda das obras que pretende levar a cabo, como é o caso da requalificação do túnel da Avenida da Liberdade e da Avenida Padre Júlio Fragata, em frente ao centro comercial Braga Parque.
O último ano foi complicado para todo o país e também para os Municípios. Como valora a gestão municipal no ano transato e no que vai de mandato?
O último ano foi, de facto, um ano diferente de tudo aquilo a que estávamos habituados. E não foi só para os municípios: as famílias, as empresas, as instituições e o mundo associativo tiveram de inventar novas formas de prosseguir os seus caminhos e de atingir os seus objetivos. O mesmo aconteceu com o Município de Braga, sendo certo que, para além da sua atividade corrente, que também sofreu alterações, surgiram novas necessidades a que tivemos de dar resposta.
Fomos pioneiros em muitas das medidas de apoio e de resposta à pandemia. E os bracarenses reconhecem isso. Do ponto de vista social, da saúde pública, do apoio às famílias e às empresas, na educação e junto das instituições sociais, o Município de Braga tem prestado todo o apoio que lhe tem sido possível prestar e, não duvido, tem feito muita da diferença na forma como conseguimos atenuar muitos dos efeitos da pandemia no concelho. Braga – no conjunto de esforços entre os cidadãos e o Município – tem sido um exemplo na gestão da crise pandémica.
O que pensa poder executar do Plano de Atividades apresentado para 2021 nos pelouros que gere?
Pese embora aquilo que acabo de dizer, arrisco afirmar que, desde 2020, temos preparado aquele que é, porventura, o mais ambicioso plano de intervenções que o Município concretizará nesta década
Para além de tudo aquilo que fizemos durante este mandato (entre outros, destaco o Fórum Braga, o Complexo Desportivo da Rodovia, a Pousada da Juventude e o Mercado Municipal), começámos já uma série de grandes intervenções a que se seguirão tantas outras nos mais diversos tipos de infraestruturas municipais.
Continuaremos a intervir de forma estruturada na rede viária do concelho. A título de exemplo, vamos continuar com o prolongamento da Variante do Cávado, uma via estrutural para a cidade e que muito contribuirá para a mobilidade de quem atravessa o concelho de Braga. Vamos terminar a requalificação e modernização da Variante da Encosta, sendo certo também que vamos começar a requalificação integral da Variante do Fojo, construindo-se por toda a sua extensão uma ciclovia que ligará o início desta variante, em S. Mamede de Este, à Variante da Encosta. Vamos iniciar a requalificação estrutural do grande túnel da Avenida e as obras na Avenida Padre Júlio Fragata, a mais atravessada da cidade, começarão dentro de dias. Vamos, finalmente, ter o projeto do Nó de Infias pronto.
Avenida Padre Júlio Fragata entra em obras “dentro de dias”
Intervenção nas freguesias
Mas também nas freguesias mais afastadas do centro do concelho o trabalho é muito: vai começar para breve a intervenção na reta de Ruães, que se estende por mais de 2 quilómetros, em Mire de Tibães e que tão importante é para a população do Norte do concelho. Depois da requalificação da Variante de Real, que terminou agora, vamos requalificar integralmente Rua Costa Gomes, em Real, que vai ser completamente remodelada, depois de décadas de indecisão por parte do Estado Central.
Mas são muitos os exemplos: a Avenida da Grumeira, em Pedralva é mais um deles, bem assim como a extensa rua dos Abades, que atravessa a freguesia de Priscos, o largo do Pidre, que reformulará o centro de Este S. Mamede, ou o alargamento da Rua dos Presidentes, em Lomar. E só estou a falar dos projetos que já estão prontos ou até mesmo em concurso. Estamos também a intervir nos diversos parques industriais, sendo certo que destaco a obra que está já a bom ritmo, no valor de um milhão de euros, no Parque Industrial de Padim da Graça e que tanto vai ajudar as empresas que lá estão sediadas.
Continuaremos, ao mesmo tempo, a requalificar o parque escolar municipal: a EB1 da Quinta da Veiga, em S. Vicente; a EB1 de Este S. Pedro; a EB1 de Figueiredo; a EB1 da Ponte Pedrinha; a EB1 de Nogueira e a EB1 do Bairro Económico são algumas das próximas escolas a ser amplamente intervencionadas pelo Município.
Melhoramentos
Estão ainda a ficar prontos uma série de melhoramentos em várias praças da cidade (destaco as requalificações da Praça do Bocage, da Praça Ricardo Rocha, junto à Makro, e da Praça Francisco Araújo Malheiro), enquanto preparamos um extenso caderno de intervenções no centro da cidade: estamos a ultimar projetos e começaremos a lançar os concursos para essas empreitadas também nos próximos tempos. Arruamentos importantes como a Avenida 31 de Janeiro serão completamente reformulados, com melhores passeios, mais iluminação e mais espaços verdes. Estamos a continuar a devolver o espaço público às pessoas e às famílias, para que o Braga seja cada vez mais uma cidade de excelência para se viver.
O ano que agora começa será de eleições autárquicas. Que proporia ao eleitorado?
Este ano será colocada uma enorme responsabilidade sobre os bracarenses. Mas esta enorme responsabilidade, na minha opinião, não significa necessariamente que os bracarenses tenham uma escolha difícil pela frente. Muito pelo contrário: sem qualquer laivo de ironia ou sobranceria, nestas eleições autárquicas, com Ricardo Rio e a Coligação de um lado e o PS do outro, serão apresentados aos bracarenses dois caminhos muito distintos e isto vai facilitar-lhes a escolha que têm de fazer. Em claro benefício do primeiro, Ricardo Rio e o Hugo Pires representam dois caminhos diametralmente opostos.
De um lado, estarão Ricardo Rio e uma coligação aberta a todos, com provas dadas e que estão a transformar a cidade nas suas mais diversas áreas; do outro, um candidato e um partido, o PS, que pararam no tempo e que se manifestam incapazes de dar o salto que a sociedade bracarense exige para os poder ter em conta.
Nos mais diversos domínios, a cidade deu um salto gigantesco nos últimos oito anos e as mudanças que sofreu estão à vista de todos.
Hoje é unânime que Braga é uma cidade muito melhor para se viver, para se trabalhar, para se estudar, para se crescer e para se investir. E isto é-nos dito não só pela perceção, mas também e sobretudo pelos números. Mesmo com tantos esqueletos e contas para pagar do passado a entorpecerem-nos o caminho, conseguimos abrir Braga ao mundo e torná-la numa cidade em constante ebulição. E este facto, indesmentível, não nos dá apenas confiança para continuar: dá-nos mesmo o dever de o fazer, até porque nem tudo está como queremos. Haverá sempre trabalho a fazer.
Quais os objetivos da Coligação Juntos por Braga? Gostaria de voltar a integrar a lista de Ricardo Rio?
Hoje as pessoas veem o Município como um parceiro de todos e não como um braço armado de um pequeno grupo. Trabalhamos, todos os dias, numa cidade para todos, procurando sempre as melhores soluções e julgo que o temos conseguido. E é por isto que, com alguma naturalidade, esperamos manter a aceitação do eleitorado nos mesmos termos dos dois últimos atos eleitorais.
Hoje, temos sete dos onze vereadores do executivo municipal, temos a liderança e a maioria dos deputados municipais na Assembleia Municipal de Braga e governamos a esmagadora maioria das juntas de freguesia do concelho. Julgo, de resto, que o desafio passará por aqui: se é difícil (mas não impossível) conseguir eleger mais vereadores, queremos eleger mais pessoas para os diversos órgãos, da assembleia municipal às juntas e às assembleias de freguesia.
Não tenho dúvidas nenhumas de que há freguesias do concelho que estariam em melhores mãos se os princípios que norteiam o rumo da Coligação e das pessoas que a compõem norteassem também a ação de quem as lidera. Os partidos – e em especial aquele que lidera a Coligação, o PSD – e os cidadãos independentes que compõe este projeto partilham valores e ideais que, sem reserva o digo, são os mais condizentes com a aquilo que a cidade precisa: agora e no futuro.