A obra “Portas da História – Vila Nova de Famalicão 1835-2015”, lançada esta semana, quer “destruir o paradigma” de que o concelho não tem história e “fomentar a busca pela memória comunitária”, explicou à Lusa um dos coordenadores.
Segundo António Joaquim, a coletânea de textos de vários autores quer dar a conhecer a história de Vila Nova de Famalicão, desde a fundação do concelho até aos dias de hoje, mas de uma forma “um pouco menos académica”, de “leitura acessível”.
Dividida em dois volumes, “Portas da História” explora as primeiras décadas da municipalidade famalicense, a cruzada republicana no concelho, a afirmação da oposição democrática, o pós-25 de Abril de 1974 e o papel das autarquias locais, prosseguindo pela Terceira República.
“Desde pequeno que ouço dizer que Famalicão não tem história e esse foi o paradigma que mais custou a destruir porque existiu durante séculos, mas todas as terras tem história, podem é ser conhecidas ou não e quisemos tentar descobrir a nossa história”, explicou António Joaquim.
Um dos objetivos da obra, explanou, “é dar a conhecer a história do concelho de uma forma mais abrangente, um pouco menos académica, mas sem perder o rigor” mas também deixar sementes para o futuro e um desafio.
“Uma coisa que queremos muito é fomentar a busca pela memória na comunidade, por isso gostaríamos que a partir deste trabalho outros se interessassem pelo tema, investigassem, procurassem a nossa história, mesma que não seja para publicar nada, mas espero que este trabalho desperte essa curiosidade”, apontou.
Com textos de António Joaquim, Amadeu Gonçalves, Artur Sá da Costa e Daniel Faria, coordenação de António Joaquim e José Agostinho Pereira e design gráfico de Raquel Bragança, a obra é, para o historiador famalicense Artur Sá da Costa, “um contributo para se conhecer e ajuizar o trabalho coletivo realizado no percurso de quase duas centúrias”.
“São páginas novas, que relatam pela primeira vez acontecimentos, balizam datas relevantes do nosso percurso coletivo, penetrando em períodos históricos até hoje ignorados e esquecidos pela historiografia”, refere o investigador.
A obra encontra-se disponível para consulta na Rede Municipal de Leitura Pública de Vila Nova de Famalicão e para aquisição na Livraria Municipal, na Casa do Território, no Parque da Devesa.