O antigo vereador socialista da cultura e ambiente em Braga no executivo de 1984 a 1989, Luís Manuel Mateus, acusou nas redes sociais o atual executivo da Câmara de “criminosa incúria” por causa de uma porta demolida no centro de Braga. Contudo, o atual vereador do Urbanismo contrariou as acusações, levando a que o antigo político fizesse nova publicação.
Em discussão está a remodelação de um edifício no n.º 77 da Rua de São Geraldo, uma casa numa rua estreita que liga a zona histórica de Braga à Av. Imaculada Conceiçao (rodovia) e a preservação dos símbolos que se encontravam esculpidos na padieira da porta, algo que o antigo vereador acusava de não ter sido feito e o atual garante que foi.
A polémica começou depois de a porta ter sido demolida esta manhã, durante as obras de remodelação. Luís Manuel Mateus viu, não gostou, e publicou nas redes sociais que “por iniciativa de alguém escassamente formado em coisas da História e também por criminosa incúria de poderes públicos autárquicos identicamente incultos, a porta foi demolida”.
O arquiteto lembrou que a porta possuía na “padieira uma cruz patada templária esculpida sobre uma espada, nos podia recordar a presença de cavaleiros daquela ordem na cidade”, destacando ainda “diversos símbolos apotropaicos gravados nas ombreiras nos podia lembrar tempos de uma religiosidade fortemente imbuída de superstição”.
As reações não se fizeram esperar e dezenas de utilizadores criticaram a remoção da porta e a apontada “incúria” ao executivo.
Esta tarde, o vereador João Rodrigues, atual responsável pelos licenciamentos, adiantou que aquela publicação não estava correta e que os elementos arquitetónicos mencionados vão ser preservados e integrados no novo edifício e que a entrada irá servir para garagem.
Alertado pela publicação, salientou que o procedimento de licenciamento ocorreu antes da sua entrada no Urbanismo, mas foi “perceber o que é que, de facto, tinha sido licenciado”.
“Percebi, então, que os elementos em causa iam ser reaproveitados na mesma fachada e que a questão da defesa daqueles elementos estava assegurada. Aquela padieira vai continuar a servir a mesma entrada, que vai ser alargada, para servir de entrada carral ao prédio”, explicou João Rodrigues.
O vereador, do PSD, considera que o que foi “aventado” pelo antigo responsável político do PS se trata de uma “história mal contada, puramente ficcionada e que, portanto, não correspondia à realidade”.
Nas redes sociais, Luis Manuel Mateus fez nova publicação, onde apontou ter sido contactado por João Rodrigues e que este explicou o que iria ser feito com a porta.