Uma obra medieval com mais de meio milhão de peças ou a reprodução da Torre dos Clérigos, com cerca de 70 mil peças, foram das atrações mais complexas patentes no Paredes de Coura Fan Weekend 2022, que decorreu durante o fim de semana, em Paredes de Coura.
Com cerca de 150 expositores vindos de diferentes países, esta exposição concretizou-se com a particularidade de ser um dos dois eventos com estas características que se realizam na Europa – o outro é na cidade dinamarquesa de Skærbæk -, que com Köbe, no Japão, e as convenções na América do Norte integram o restrito grupo de eventos de cariz internacional denominados por ANE (Recognized AFOL Networking Event).
Reconhecido diretamente pelo The LEGO Group, a famosa marca de brinquedos de origem dinamarquesa, o evento é mais direcionado para os expositores, com os visitantes a serem “um extra”, conforme deu conta a O MINHO um dos membros da Comunidade 0937, organizadora do evento a par da Câmara de Paredes de Coura.
Segundo Luís Baixinho, que reside naquele concelho minhoto, passaram cerca de 3.000 visitantes ao longo dos três dias de evento (sexta, sábado e domingo), mas a ideia passa por ser uma convenção para construtores Lego, e não propriamente uma exposição para o exterior.
“O número de visitantes, que ao fim ao cabo é um extra, não é o que mais importa, mas sim o facto de ser uma convenção oficialmente autorizada pela Lego, reunindo construtores de todo o mundo”, explicou.
Luís Baixinho destacou ainda duas obras patentes no evento, muito por causa da complexidade apresentada, e pela criatividade. Uma delas é inédita. A Torre dos Clérigos, construída com cerca de 70 mil peças. Foi feita pela mesma pessoa que também construiu uma réplica da Santa Luzia – Custódio Freitas, de Marco de Canavezes.
Outra das obras destacadas é um ‘display’ medieval, com “um grande castelo”, que terá sido construído com “mais de meio milhão” de peças Lego e que esteve patente no segundo andar da exposição.
Também uma reprodução do Castelo de Guimarães, da autoria de Romão Santos,
mereceu relevo, por ter sido construído, em cerca de 80%, por crianças de escolas e instituições do concelho de Guimarães.
Luís Baixinho salienta, no entanto, que o número de peças não é algo que esteja na cabeça dos criadores. “É como perguntar a um arquiteto quantos tijolos vai utilizar numa obra. Até tem uma ideia, mas não vai estar a pensar nisso conforme vai construindo o projeto”, exemplificou. “Quando são obras feitas com recurso a computador, aí sim, já se sabe quantas peças vão ser utilizadas, mas neste tipo de trabalhos criativos, onde não há recurso a máquinas, os criadores não estão importados com o número de peças, e muitas vezes nem sabem quantas têm”, declarou.
Este foi o quinto evento deste género realizado em Paredes de Coura, referiu Luís Baixinho, que é trabalhador do município e um aficionado do mundo Lego. Para além deste evento, aquele concelho do Alto Minho realiza também o Arte em Peças, há mais de uma década, também com organização da comunidade 0937.
Para o futuro, e porque a reação do representante da Lego foi bastante agradável, é muito provável que este tipo de eventos se continuem a realizar em Paredes de Coura.