Declarações após o jogo Vitória SC-Boavista (1-1), da segunda jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje em Guimarães:
Ivo Vieira (treinador do Vitória SC): Fizemos um jogo de grande nível. Os jogadores trabalharam até à exaustão e lutaram para que o resultado fosse diferente. De forma merecida, estávamos em vantagem e procuramos aumentá-la. Correm-se alguns riscos quando se procura a baliza do adversário, mas é um comportamento que eu quero que a equipa tenha. Tivemos mais algumas oportunidades de golo. Só fizemos um. Sofremos um golo aos 90+4 minutos. Temos de aceitar o resultado.
Houve momentos do jogo em que poderíamos tomar melhores decisões. Noutros, tomámos boas decisões. Esse comportamento [algumas manifestações de irritação durante a segunda parte] faz parte do meu ADN. Dentro do meu trabalho, há muitas razões para exigir. Quero que, a cada dia, eles sejam mais competitivos.
Os treinadores não são obrigados a fazerem as três substituições. Não permitimos que o nosso adversário tivesse ocasiões flagrantes de golo. Quando o comportamento individual e coletivo é bom, não vale a pena alterar. Mantive a equipa como estava. Poderia eventualmente meter mais um central ou um ponta de lança para defender a minha baliza, mas controlámos bem o adversário. Tínhamos de ser mais competentes a controlar aquele lance [do golo do Boavista]. Se eu estivesse em campo, atacava aquela bola de forma convicta, contra seis ou sete homens.
As pessoas que gostam de futebol viram o comportamento da equipa. O Vitória habituou, bem, a conseguir fazer resultados com um número grande de golos. Hoje, o Vitória criou situações para fazer quatro, cinco golos. Todos os jogos são difíceis. Procurámos muito a baliza do adversário. Os jogadores tiveram um comportamento fabuloso. Levaram a ideia para o jogo. Só marcámos um golo. Queríamos mais”.
Balde de água fria em Guimarães com empate ‘fora de horas’ na estreia no campeonato
Lito Vidigal (treinador do Boavista): “Foi um jogo bem disputado. Na primeira parte, o Vitória foi superior. Conseguimos estar sempre organizados defensivamente, mas faltou-nos critério na saída para o ataque. O Vitória fez um golo e foi importante mantermos a calma, estarmos organizados. Sabíamos que era importante mantermos o resultado como estava.
Ao intervalo, fizemos algumas alterações. A equipa esteve muito melhor com bola. Começámos a jogar mais no meio-campo do Vitória. Não sei se o Vitória recuou por estratégia ou por nosso mérito. Criámos uma situação ou outra e empatámos no final. Os jogadores trabalharam muito e lutaram muito.
As substituições que fizemos trouxeram mais qualidade ao jogo. O nosso objetivo é sempre jogar para ganhar. Não conseguimos ganhar, mas conseguimos somar mais um ponto, que era importante para nós.
Não entrámos defensivamente em campo, mas ganhámos poucos duelos. Tínhamos de ganhar a maior parte dos duelos no meio-campo e não conseguimos fazê-lo na primeira parte. Na segunda parte, a equipa tornou-se mais agressiva e intensa. Depois, conseguimos ter muito mais critério. Acima de tudo, é preciso valorizar a entrega. Temos de acreditar até ao fim que podemos vencer todos os jogos.
(Sobre a entrada de Lucas para o lugar de Ricardo Costa no eixo da defesa) O Vitória tem jogadores altos. Os centrais são fortes no jogo aéreo. O Vitória tinha feito alguns jogos com muitos golos em situações de bola parada. Vamos adaptando as características dos jogadores a determinados jogos. O Lucas fez um jogo muito bom”.