Declarações após o jogo SC Braga-Tondela (4-2), da 20.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “O segundo lugar [à condição] não me diz absolutamente nada, zero, diz-me é a atitude dos jogadores, o seu comportamento.
Disse na antevisão que estávamos com energia para fazer um bom jogo e isto, no contexto em que estamos, é extraordinário.
Passadas 72 horas do jogo com a Roma, a ressaca europeia foi fazer um dos melhores jogos da época, com 55/60 minutos num nível elevadíssimo e golos de bom recorte técnico. Podíamos ter feito mais perante um adversário que tem valor e que costuma fazer vida difícil.
Falei muitas vezes na densidade competitiva e agora sabe-se que nenhuma equipa na Europa [dos campeonatos de Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha, França e Portugal], nos últimos 20 anos, fez a sequência que o Braga fez. Já me sinto satisfeito por fazer que as pessoas me entendam.
Foi um comportamento brilhante, acima do excecional, num campo pesado e até algo irregular.
Tem sido um trabalho conjunto entre equipa técnica, departamento médico e GOA [gabinete de otimização e análise]. Com esta sequência de jogos, o sistema nervoso central é o mais difícil de recuperar, temos as nossas estratégias, não as vou revelar, porque são nossas, mas trabalhamos muito a descompressão do sistema nervoso central.
Temos de gerir os jogadores, como o Piazón, que não competia há muito tempo, ou o Gaitán, com pinças, o contexto em que andamos é para ter ruturas e só temos tido lesões traumáticas.
Já ninguém se lembra das saídas de janeiro, do Castro, cuja lesão é de média gravidade, do David Carmo, da saída do Bruno Viana, da lesão do Iuri Medeiros e do Moura.
Se é um bom prenúncio para Roma? É mais uma mudança de ‘chip’, vamos focar-nos nesse jogo, na quinta-feira, a pensar que 72 horas depois vamos jogar com o Nacional, na Madeira, vamos chegar domingo já tarde e, 72 horas depois, jogamos como FC Porto, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal.
O Zé Carlos vai jogar quinta-feira, o Esgaio não pode, porque foi expulso. O problema do Zé Carlos é o Esgaio, que é uma máquina, faz os jogos todos, recupera bem, tem sempre o mesmo nível, e é muito difícil para quem está na sombra”.
– Pako Ayestaran (treinador do Tondela): “Na primeira parte, não nos sentimos confortáveis em nenhum momento. Fomos totalmente superados por fora e por dentro, o que pedi não fomos capazes de fazer, criaram-nos superioridade sobretudo no lado esquerdo [do ataque do Braga].
Tínhamos esperanças de conseguir algo aqui e agora é recuperar e pensar no próximo jogo.
A ideia era estar 10/15 metros mais atrás, num bloco médio/baixo. Fomos superados não só nas costas, mas também por dentro, e sobretudo no nosso lado direito defensivo.
(Diferença do Tondela fora e em casa) O Tondela foi diferente hoje, claramente fomos superados, mas noutros jogos não foi assim tão diferente [do que costuma ser em casa]. Houve jogos em que estivemos bem e muito perto de conseguir outros resultados.
(Reação da equipa) Houve as duas coisas, mérito nosso, conseguimos ter mais a bola, e também eles, depois do resultado feito baixaram as linhas e não foram tão agressivos como antes”.