Declarações após o Moreirense-Santa Clara (1-2), jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal de futebol, disputado no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos:
Vasco Seabra (treinador do Moreirense): “Penso que o jogo na primeira parte foi equilibrado. O Santa Clara esteve melhor do que nós numa ou noutra transição [ofensiva]. Na segunda parte, a diferença foi demasiado grande para não ser visível. Reagimos à perda [da bola] em zonas muito altas e tivemos mais situações dentro da área. Foi um jogo difícil, contra uma equipa difícil, bem organizada, com bons jogadores. É um resultado mentiroso, porque não engrandece o jogo.
Não gostamos de falar de arbitragens e dos erros dos outros, porque olhamos para os nossos erros com vontade de os ultrapassarmos, mas há coisas de que temos de falar. O segundo golo é um lance que me parece claro [de falta]. Não vou estar a escrutinar o trabalho do árbitro. Estamos frustrados, daí o desabafo. Não nos desculpamos desse erro. Mas estou orgulhoso do querer apresentado pelos jogadores.
Estávamos a pensar no jogo, minuto a minuto [quando fizemos as substituições]. Fomos sentindo desde o primeiro minuto da segunda parte que a nossa equipa entrou com predisposição para vencer muito grande. Os jogadores tiveram capacidade chegarem à área. Quisemos refrescar para que a equipa não tivesse quebras. Fizemos as alterações para manter a ?bitola’ [exibicional] e a capacidade de chegada à frente.
No balneário, os jogadores estão cabisbaixos, tristes pelo resultado, porque querem muito vencer. Tenho a certeza que, amanhã [na quarta-feira], vão chegar ao treino com uma disponibilidade incrível para o jogo com o Nacional [da 14.ª jornada da I Liga, no domingo]. Temos muito trabalho pela frente para vencer um adversário difícil, mas estamos confiantes de que vamos fazer um campeonato sólido.”
Daniel Ramos (treinador do Santa Clara): “[Sinto-me] bem [pelo apuramento inédito do clube para os quartos de final da Taça de Portugal], porque é mais uma conquista, mais um marco histórico. É uma satisfação, não pessoal, mas coletiva. Era algo que o grupo queria: desenhar e escrever história. Para nos valorizarmos e sermos mais vistos como clube de I Liga, precisamos de conquistas. Esta é uma pequena grande conquista que fica para a história. Se pudermos, vamos continuar a fazê-las.
Hoje, mais do que pensar no percurso do campeonato, queríamos passar a eliminatória. Fizemos por isso. Considero que a equipa que mais objetividade e mais determinação colocou no jogo venceu.
Com as substituições, para além de refrescar, pensámos que poderíamos trazer outra agressividade ao jogo. A entrada do Carlos [Jr.] trouxe-nos acutilância para atacar a baliza com mais objetividade. Com a colocação do Ukra na esquerda, ganhámos largura e criatividade e faltas. A meu ver, os lances de bola parada poderiam ser decisivos. O Nené também é jogador de duelos. A minha lógica de pensamento resultou. Por vezes, não resulta. A equipa demonstrou grande capacidade trabalho ao longo dos 90 muinutos.
O nosso próximo adversário [nos quartos de final] será o [Sporting de] Braga ou o Torreense. Vamos aguardar com serenidade. Entretanto, vamos enfrentar o campeonato. Fiz muitas alterações no ?onze’, mas com a convicção de que tenho uma equipa extremamente competente. E a equipa deu uma resposta muito boa. O plantel é equilibrado. Isso é muito bom para o treinador e para os jogadores, porque têm ?sombras’ e precisam de trabalhar para ganharem o lugar.”