Os treinadores do SC Braga e Sporting e as ‘leoas’ falaram aos jornalistas após a final da Taça de Portugal, em que as sportinguistas ganharam, por 1-0, após prolongamento.
Miguel Santos (Treinador do SC Braga)
“Foi um jogo muito disputado. Houve momentos em que o Sporting esteve por cima, outros estivemos nós. Criámos várias oportunidades de golo, infelizmente não as concretizámos.
Acabámos por ter alguma infelicidade num ou noutro momento, noutros também por mérito da guarda-redes do Sporting (Patrícia Morais).
O SC Braga está a apostar forte no futebol feminino, as coisas hão de acabar por virar. Os adeptos foram fantásticos. Agradeço o apoio do presidente.
Daqui três meses temos a Supertaça e vai aparecer um SC Braga ainda mais forte que este. Vai apresentar uma equipa a acreditar sempre na vitória. Esta derrota tem um sentimento de frustração, mas mostra-nos que equipa tem crescido imenso.
Quando faço análises com as jogadoras digo sempre que o que conta são os golos. O futebol tem um processo defensivo e tem um processo ofensivo. As equipas até podem dar mais posse de bola ao adversário. Este foi um jogo frustrante para nós. Infelizmente não marcámos um golo. A guarda-redes do Sporting fez quatro ou cinco defesas muito boas e não as vai fazer sempre. No que toca às ações defensivas e ofensivas da minha equipa não estou tão insatisfeito assim. Estou triste, mas com o sentimento de crescimento da equipa do Sporting de Braga.
O SC Braga sai derrotado por uma ação técnica individual.
Tenho contrato até junho de 2019. Na próxima época, salvo alguma coisa de anormal aconteça, serei treinador do Sporting de Braga. A preparação da próxima época está praticamente finalizada”.
Patrícia Morais (guarda-redes do Sporting)
“Fui eu, mas poderia ter sido qualquer outra colega minha.
Batemo-nos muito bem e estou muito feliz. Valorizo mais os títulos aos prémios.
Estou muito feliz por ter conquistado a Taça de Portugal. A nossa equipa esteve muito bem, batemo-nos muito bem e fomos muito felizes”.
Diana Silva (autora do golo do Sporting)
“No momento do golo, só pensei em arriscar. Deu certo. Estou muito feliz.
Melhor não podia ter sido. Vencemos um jogo complicadíssimo, diante de um adversário com muita qualidade.
Na próxima época, os objetivos serão os mesmos. Um clube como o Sporting quer sempre ganhar.
Já no ano passado as competições europeias eram um objetivo. Vamos ver o que a próxima época nos reserva”.
Nuno Cristóvão (treinador do Sporting)
“Sofre-se sempre. Um amigo que trabalha nas competições diz que estamos no terço final da nossa vida profissional. É mesmo verdade. Tenho uma equipa técnica fantástica. Vou maturando as informações que me dão. Sofremos, como sofremos sempre.
Tinha muito confiança na equipa. Temos jogadoras muito cansadas, umas fizeram o jogo número 58 da temporada. A Diana é um caso desses. Está neste momento a fazer o estágio do curso de farmácia.
O Sporting de Braga é uma grande equipa, muito bem orientada. Hoje teve o infortúnio de não ganhar o jogo, mas faz parte da vida.
O Sporting deu-me a oportunidade de treinar com condições de excelência e com jogadoras de elite. Se me perguntarem se eu quero continuar, eu continuo. Se perguntarem ao Sporting se quer que eu continue, basta reunirmo-nos e falar. Havemos de chegar a um consenso. Há interesse da direção. Queriam falar comigo amanhã (segunda-feira) e disse que não porque quero ir ver a minha mãe, que está numa residência sénior.
A Patrícia Morais é uma jogadora de elite. Para a posição de guarda-redes, tenho três excelentes jogadoras. Provavelmente, uma irá sair porque quererá jogar. Teremos de contratar uma. Conheço muito bem a Patrícia desde o 1.º Dezembro. Fez-lhe muito bem passar por França. Era o sonho dela. Cresceu enquanto mulher e enquanto jogadora. Tenho pena que as jogadoras do plantel do Sporting não tivessem mais tempo de jogo. São tão ou mais importantes as que jogam como as que não jogam. Estou muito bem servido.
Tenho sentido sempre o apoio da direção do clube e do diretor do futebol feminino. Feliz ou infelizmente não vivo do futebol e quando tiver de dizer alguma coisa, digo.
Quem está num clube com a dimensão do Sporting só pode pensar em ganhar. O jogo teve várias nuances. Estivemos bem na primeira parte. O Sporting de Braga criou-nos muito perigo nos lances de bola parada. As pessoas criticam-me muito porque guardo as substituições para a parte final. Escolhi as 11 que me pareciam melhor. O jogo vai-nos dando sinais. Quando sofremos o golo chamei a Solange para entrar. Entretanto o golo foi anulado, mas eu não ia voltar atrás. Continuou a aquecer. Se visse que o jogo ia para penáltis iria colocar a Solange e a Nadine em campo. Mas primeiro queríamos ganhar o jogo”.