O candidato à liderança da IL, Rui Rocha, natural de Braga, disse hoje que não quer “fazer cócegas ao sistema”, mas sim “mudar Portugal”, traçando como objetivo “romper o bipartidarismo”, assegurando que o partido sairá unido da convenção independentemente do resultado.
No período de apresentação da moção de estratégia global que a sua lista, a L, apresenta à VII Convenção da IL, Rui Rocha defendeu que para acabar com o bipartidarismo instalado em Portugal é preciso “ser ambicioso” e para isso “não basta ser a terceiro força politica”, precisando de um resultado eleitoral expressivo.
“Eu não quero fazer cócegas ao sistema, eu quero mudar Portugal. Nós vamos mudar Portugal”, comprometeu-se.
Na moção de estratégia global ficou estabelecida a meta dos 15% nas próximas eleições legislativas, caso estas se realizem em 2026, como previsto.
O candidato assegurou que os liberais vão “sair unidos desta extraordinária convenção, seja qual for o resultado”.
Sobre as metas eleitorais para “os combates políticos que estão já ai à porta”, Rui Rocha referiu que em relação às regionais da Madeira, caso seja eleito, porá tudo o que for possível nesta disputa porque o objetivo é “eleger o primeiro grupo parlamentar” naquela região autónoma, ou seja, mais do que um deputado.
Nas europeias, o candidato quer conseguir o primeiro eurodeputado liberal e, nas regionais dos Açores, traça a meta de também conseguir um grupo parlamentar onde atualmente tem o deputado Nuno Barata.
Sobre este objetivo de “rompimento do bipartidarismo em Portugal”, Rui Rocha defendeu que, em relação à ocupação do aparelho do Estado na Madeira, “o PSD faz na Madeira o mesmo que o PS faz no continente”.
Para mudar o país, na análise do candidato, é preciso “um partido forte” e apesar de elogiar o percurso feito pela IL, deixa claro que “obviamente que há coisas para melhorar”, assumindo que a gestão interna ficou algumas vezes de parte para que fosse possível colocar o foco no país.
“Queremos descentralizar o partido a sério”, prometeu.
Rui Rocha assumiu um compromisso de, caso seja eleito, fazer “reuniões periódicas trimestrais” com o objetivo de ter “um partido com muito mais proximidade”.
A partir deste momento do discurso, o candidato traçou as diferenças entre “o país do PS” e o “país da Iniciativa Liberal”, com críticas à atual situação do país onde, por exemplo, “os mais novos têm que emigrar”, “há listas de espera na saúde de dois ou três anos” e as gerações não conseguem “aliviar o fardo da pobreza”.
“Perguntam-me como será o dia seguinte: todos juntos vamos virar o país do avesso, vamos transformar o país. Todos juntos pelo liberalismo, para que o liberalismo chegue junto de todos”, enfatizou.
Carla Castro quer liberdade
A candidata à liderança da Iniciativa Liberal (IL) e deputada, Carla Castro, disse hoje querer um partido em que “os membros são livres” e não aceitam que lhes digam “quem deve ser o presidente”, sem “barões e caciques”.
Num discurso fortemente aplaudido na VII Convenção Nacional da Iniciativa Liberal, Carla Castro subiu ao púlpito do Centro de Congressos, em Lisboa, para apresentar a sua lista à comissão executiva, defendendo um partido com “membros livres”.
“Um partido em que os membros são livres, em que não aceitamos que nos digam quem deve ser o presidente”, defendeu, acrescentando que “no país, no partido” e nas suas vidas os liberais “não são paus mandados”.
Carla Castro rejeitou uma força política de “barões e caciques” e pediu uma IL “unida dentro para vencer fora”.
José Cardoso defende que os adversário são mais do “mesmo arroz”
O candidato à liderança da IL José Cardoso defendeu hoje que os adversários Rui Rocha e Carla Castro representam mais do “mesmo arroz” dos partidos tradicionais, e disse ser o único com um projeto político novo.
Na apresentação da sua moção de estratégia global perante a VII Convenção, o conselheiro nacional José Cardoso defendeu que a IL tem de fazer “a transição” de uma liderança “que seca tudo à sua volta” para outra que distribua “para ser ainda maior”.
“Quando em 48 horas perdemos um presidente e ganhámos dois candidatos, criou-se a ideia de que tínhamos de votar num mal menor”, afirmou, referindo-se ao anúncio surpresa de João Cotrim Figueiredo em novembro de que não se recandidataria às eleições antecipadas a meio do seu mandato.
José Cardoso desvalorizou o trabalho feito pelos seus adversários à liderança nos últimos anos no Conselho Nacional, com “duas ou três” intervenções e “zero propostas”.
“Não me peçam para votar em políticos assim que eu nunca o farei, tudo isto em faz lembrar o tal arroz, o que me venderam os outros e que me querem vender agora e eu não o quero”, disse, na apresentação da sua moção “Um partido e um país sem medo da liberdade dos outros”.