O líder do PS, Pedro Nuno Santos, assinalou hoje que todos os eleitos do PS estão comprometidos com a lei, considerando que um momento menos bom do presidente da câmara municipal de Loures, Ricardo Leão, não o define.
“Eu quero ser muito claro enquanto Secretário-Geral do Partido Socialista, dizer-vos que todos os eleitos do PS, seja para a Assembleia da República, seja para os órgãos municipais, seja para os órgãos regionais, estão comprometidos, obrigados já agora, com o cumprimento da lei, com o cumprimento da Constituição, com os objetivos da reinserção social, para além da lei com os princípios do humanismo, do respeito pelo outro e da empatia”, declarou o líder do PS.
Pedro Nuno Santos respondia aos jornalistas numa visita ao Bairro do Zambujal, Amadora, após questionado sobre a polémica suscitada pelas declarações do presidente da Câmara de Loures e líder da FAUL, Ricardo Leão, sobre despejos em habitações municipais, depois de o PS ter juntado os seus votos aos do PSD para aprovar uma recomendação do Chega de alteração do regulamento municipal para permitir despejar de casas municipais quem comete crimes.
“Todos nós, na nossa vida, nas nossas profissões, temos momentos, temos melhores momentos e momentos piores. Isso não nos define. O que nos define é o nosso contínuo, é o nosso trabalho ao longo do tempo e o trabalho que o Partido Socialista e o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, tem realizado em Loures é um trabalho muito importante”, destacou.
Perante a insistência dos jornalistas para dizer se condenava aquelas declarações de Ricardo Leão e se considerava que este tinha sido um mau momento do autarca, Pedro Nuno Santos disse a dado momento: “eu já eu já vos disse que todos nós temos bons momentos e momentos menos bons. Obviamente que este não foi um bom momento na Câmara Municipal de Loures”.
“Eu acho que o Partido Socialista, em nenhum lado, em nenhum sítio, deve viabilizar moções do Chega, muito menos moções do Chega com aquele teor”, condenou.
Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Loures esclareceu que só defende o despejo de inquilinos de habitações municipais que tenham sido condenados e o caso transitado em julgado, assegurando que o município “irá sempre cumprir a lei”.
O esclarecimento do autarca surgiu na sequência de declarações que proferiu na quarta-feira, na reunião pública da Câmara de Loures, durante a qual defendeu o despejo “sem dó nem piedade” de inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios que têm ocorrido na Área Metropolitana de Lisboa, após a morte do cabo-verdiano Odair Moniz, baleado por um agente da PSP.
“É óbvio que eu não quero que um criminoso que tenha participado nestes acontecimentos, se for ele o titular do contrato de arrendamento é para acabar e é para despejar, ponto final, parágrafo”, afirmou na ocasião Ricardo Leão.