“O Papa tem corona[vírus], espero que ele morra”. Este cântico entoado por alguns adeptos escoceses do Rangers, ouvido no final do jogo com o Braga, está a provocar reações negativas na comunidade católica e na imprensa inglesa, havendo já quem apelide o comportamento de “imbecil” [ver aqui o vídeo].
Um grupo de adeptos escoceses, já depois do jogo da segunda-mão dos 16 avos da Liga Europa, na passada quarta-feira, resolveu entoar cânticos anti-católicos direcionados ao Papa Francisco, depois de ter sido tornado público que o sumo pontífice estaria doente.
O cântico, cuja melodia é conhecida em Portugal pelo nome “Ele é um bom companheiro, ninguém o pode negar”, terá sido entoado ao longo de dois dias, em Braga, no Porto, Lisboa e até dentro de um avião.
Um desses momentos foi registado em formato vídeo por outros adeptos e está a causar mau estar entre a comunidade católica, num país onde o sectarismo político e futebolista está intrinsecamente ligado à religião, dada a conotação do Rangers com a religião protestante e do Celtic (eternos rivais) com a católica.
O responsável pelo grupo Nil by Mouth, principal associação que luta pelo anti-sectarismo na Escócia, criticou estes cânticos, apelidando o comportamento dos adeptos como “imbecil”.
Segundo Dave Scott, porta-voz da associação, classificou os cânticos como “tristes, intolerantes e imbecis”. “Estas pessoas estão completamente desfasadas do século XXI e são uma vergonha para o clube que dizem apoiar”, disse, citado pelo jornal Daily Star.
Recorde-se que o Papa Francisco cancelou serviços religiosos depois de se ter sentido indisposto, numa altura em que Itália luta já contra quatro focos diferentes de pandemia do Covid-19, também conhecido como coronavírus. Este sábado, o Santo Padre voltou a cancelar os compromissos apontados.
Durante uma viagem de avião, adeptos do Rangers foram filmados a cantar palavras de ódio, como “odiámos católicos, toda a gente odeia católicos romanos” ou “Dundee, Hamilton, f*** o Papa e o Vaticano”.
Desconhece-se se estes adeptos vão ser responsabilizados por alguma entidade do futebol, política ou religiosa.