Declarações no final do encontro Moreirense-Vitória de Setúbal (1-1), da 20.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Ricardo Soares (treinador do Moreirense): “O empate acaba por ser saboroso pela forma como foi obtido, porque foi na parte final, numa bola parada, em condições especiais.
O Moreirense fez um excelente jogo. Os jogadores fizeram uma primeira parte de grande nível, e o futebol, nesse sentido, acabou por ser injusto hoje. Ganhámos em todas as vertentes do jogo, exceto no anti-jogo.
Na primeira parte, fomos excelentes. O Moreirense conseguiu cinco oportunidades de golo. É difícil conseguir isso contra uma equipa que luta pelos mesmos objetivos do que nós.
Na segunda parte, também entrámos bem e criámos duas oportunidades, mas as paragens, depois, condicionaram-nos. Há uma condescendência incrível por parte de quem dirige o jogo. Isso enerva a equipa que está a perder. Vamos perdendo qualidade na tomada de decisão.
Não podemos apregoar um futebol positivo e aceitar este tipo de situações os meus jogadores trabalharam muito, lutaram até à exaustão e o jogo não teve a intensidade que queríamos, para que trabalhámos durante a semana. Mas, realço o acreditar de um grupo forte, coeso.
O Vitória de Setúbal baixou as linhas e jogou perto da sua área com qualidade defensiva, mas não teve uma oportunidade [além do golo]. Há um remate na primeira parte que bate nas pernas de um jogador nosso e dá outra vez canto. O Moreirense foi extremamente forte e penalizado pela falta de eficácia.
Defendemos com grande qualidade. Sofremos um golo e a equipa manteve-se estável. A equipa está mais consistente, rápida e equilibrada. A equipa sofreu um golo e não se enervou. Os adeptos também ajudaram pela energia que transmitiram para dentro de campo. No jogo do Gil Vicente [goleada por 5-1], fomos muito mais eficazes do que hoje”.
– Julio Velázquez (treinador do Vitória de Setúbal): “Obviamente, quando se tem o jogo praticamente ganho e não se ganha no último lance, é frustrante.
Fizemos um bom jogo, num contexto difícil, contra uma equipa que vinha de ganhar, e bem, ao Gil Vicente. Fizemos o mais difícil, que foi chegar à vantagem no marcador. Faltou ter um bocado de calma nalgumas situações de transição. Isto é futebol e o jogo dura até ao momento em que o árbitro apita.
Fiquei contente ao ver a equipa frustrada no balneário. A equipa joga para ganhar em casa e fora e acredita que é possível. Fazendo uma análise a frio, um ponto fora de casa tem de ser valorizado. Fico contente com a equipa querer fazer tudo para ganhar.
Tivemos duas equipas bastante similares em termos de plantel. Para fazermos o segundo golo, tínhamos de ter tido mais calma. Tivemos muito boa atitude a ganhar segundas bolas, mas falhámos no último passe e na decisão [a atacar].
O futebol é um todo. Não se pode analisar apenas a fase defensiva ou a fase ofensiva isoladamente. Dentro das particularidades deste estádio, com esta dimensão [pequena], adaptámo-nos bem e fizemos um bom jogo. Na globalidade, até fomos superiores, mas faltou um pouco mais de tranquilidade”.