O feliz regresso a ‘casa’ de João Sousa deixa Portugal a vencer na Taça Davis

João Sousa alcança a 8.ª final da carreira em Auckland (Nova Zelândia). Foto: DR

O regresso de João Sousa a ‘casa’ não podia ser melhor, com o número um nacional a vencer Gerald Melzer e deixar Portugal a vencer a Áustria (1-0), na primeira eliminatória da zona euro-africana da Taça Davis em ténis.

O vimaranense, que não jogava na sua cidade há três anos, mais precisamente desde o ‘challenger’ de Guimarães de 2013, sacudiu a pressão que recaía sobre os ombros da seleção nacional, vencendo Melzer, por 6-1, 7-5 e 6-2, no primeiro encontro de singulares da primeira jornada.

Aparentemente tenso nos dias que antecederam o confronto com a Áustria, João Sousa demonstrou que as aparências iludem, entrando na eliminatória com a segurança própria do estatuto que alcançou, para ‘vulgarizar’ o adversário.

Melzer, que até já ganhou três torneios ‘challenger’ esta temporada, nada pôde fazer para contrariar o jogo do 37.º tenista mundial, que iniciou o encontro com um jogo em ‘branco’ e com um ‘break’ no primeiro jogo do adversário.

Concentrado e contundente, Sousa soube resolver com facilidade os momentos de apuro. No seu segundo jogo de serviço, enfrentou um ‘break point’, solucionado com um ás, a que se seguiu outro que desfez a igualdade.

A partir daí, a confiança do número um nacional só cresceu, com este a conquistar o primeiro parcial por 6-1, em apenas 23 minutos.

Diante do seu público, que acorreu em grande número para quase lotar o Pavilhão Vitória Sport Clube, e de eternos nomes da seleção portuguesa da Davis (Rui Machado, Frederico Gil e o antigo ‘capitão’ Pedro Cordeiro), o vimaranense começou por quebrar o serviço do 116.º jogador do ‘ranking’ ATP, mas acabaria confrontado com a melhor ‘versão’ do austríaco.

Progressivamente adaptado ao piso (muito) rápido, Melzer encarreirou quatro jogos consecutivos, antes de sofrer o ‘contra-break’ por parte do tenista local.

Sousa, impulsionado por uma ruidosa assistência, agarrou-se ao seu serviço e empurrou o ‘set’ para o 5-5, beneficiando então do nervosismo do adversário no momento crucial para fazer o ‘break’ e conseguir a preciosa vantagem que lhe permitiu vencer o segundo parcial por 7-5.

A cumprir a sua 18.ª eliminatória por Portugal na principal competição do ténis por seleções e alertado pelo percalço do ‘play-off’ com a Bielorrússia – depois de vencer facilmente os dois primeiros parciais, acabou por perder com Egor Gerasimov, por 0-6, 1-6, 6-2, 6-2 e 6-4 -, o português, radicado em Barcelona, não se permitiu um abrandar de ritmo.

No início do terceiro ‘set’, o melhor tenista luso de sempre conquistou o precioso ‘break’ – haveria de conquistar um segundo- e não mais deixou de estar na frente do marcador, salvando ‘break-points’ no seu último jogo para se impor por 6-1, 7-5 e 6-2, em duas horas e um minuto.

Somado o primeiro ponto para Portugal, Sousa não escondeu a sua emoção pelo apoio que o público deu, nem a confiança de que o destino da seleção está mais do que bem entregue nas mãos de Gastão Elias, o 121.º jogador mundial, que já de seguida vai defrontar a nova coqueluche do ténis, o número 14 ATP, Dominic Thiem.

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