Declarações após o jogo Moreirense–Farense (0-0), da 18.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje em Moreira de Cónegos:
– César Peixoto (treinador do Moreirense): “Foi um jogo de domínio da nossa equipa. O Farense veio aqui para o ponto. Mesmo assim, a equipa teve paciência. Houve duas ou três situações em que poderíamos ter decidido melhor.
Na segunda parte, tivemos um golo anulado e o lance do penálti revertido. Fomos criando algumas situações e tivemos muito mais posse de bola, mas é difícil jogar contra estas equipas fechadas.
Faltou-nos o golo. Se tivesse surgido, seria totalmente merecido. Não permitimos nada ao adversário. Reagimos bem à perda da bola. Soubemos variar o jogo entre os flancos. Estivemos bem até chegar às zonas de decisão e de cruzamento. Foi um grande jogo da nossa equipa, mas não somámos três pontos. Somámos um.
Na parte final, tentámos um jogo mais direto, não com tanta paciência. Faltou dar continuidade ao que tínhamos feito e chegar com mais gente ao ataque. Pedi para circularmos mais rapidamente a bola para o Farense não se organizar e encaixar no nosso jogo. É natural que alguma ansiedade tenha surgido na parte final.
É natural, quando não se ganha, os adeptos ficarem descontentes. O que me importa é o que a equipa produz. Hoje fomos melhores. Não sofremos golos. É muito importante para a equipa estabilizar nesse aspeto. Temos também vantagem no confronto direto com o Farense, após termos vencido na primeira volta [1-0].
Fizemos uma primeira volta muito bem conseguida [22 pontos]. Os campeonatos são todos diferentes. O Braga e o Vitória, por exemplo, têm menos pontos do que na época passada. Não é só o Moreirense. A época passada foi uma grande época [sexto lugar], mas o Moreirense está dentro do principal objetivo, a manutenção. Estamos estáveis e confiantes. Acreditamos numa segunda volta ao mesmo nível da primeira”.
– Tozé Marreco (treinador do Farense): “Foi o ponto possível. Quando não podemos ganhar, temos de continuar a somar. Permitimos muito pouco. As duas situações de possível golo são nossas, de bola parada. Permitimos pouco a um adversário com qualidade, tranquilo na tabela.
Sabendo que em alguns momentos vamos conseguir fazer mais, com bola temos de ter mais calma e discernimento, mas isso são os pontos que vão trazer. A base tem de ser essa, organização e espírito de sacrifício.
Houve uma coisa que não foi boa: perdemos os duelos todos na frente. O Moreirense tem tendência para se balancear para o ataque quando não está a ganhar. Falhámos nessa definição da transição.
Tivemos um cabeceamento agora ao fim em que tínhamos de ser muito mais efetivos. Temos de melhorar isso para chegarmos ao fim e podermos dizer que criámos três ou quatro oportunidades. Temos de ser mais efetivos.
Estamos em contrarrelógio desde a sétima jornada [quando substituiu José Mota no comando técnico]. Não temos margem de erro. Temos perdido muito pouco. Tivemos seis jogos a ‘zeros’ [no início do campeonato]. Estivemos a oito pontos do AVS [que agora tem os mesmos 15]. A nossa situação não dava para resolver em três ou quatro jornadas. Acredito, de forma inequívoca, que vamos sair desta situação.
Não tenho um plantel construído para este sistema, mas os resultados dizem-me que este é o sistema [tático] correto. Estou confiante. Já estamos a fazer melhor do que na primeira volta. Acredito que vamos ganhar mais vezes. Há que enfrentar as dificuldades.
Precisamos de mais competitividade numa ou noutra posição. Não sei se precisamos de um ‘criativo’. Temos o Mehdi [Merghem], temos o Elves [Baldé], temos o Jaime [Pinto]. Equipas que lutam para não descer passam 60% do tempo sem bola. Há que encontrar o equilíbrio entre a criatividade e o rigor tático. Os jogadores que temos estão a lutar muito, mas precisamos de um ou de outro ajuste. Nunca me queixei dos jogadores que tenho”.